Lucro dos CTT caiu 54% para 7,4 milhões no primeiro trimestre

“Este desempenho desfavorável, quando comparado com período homólogo, advém na sua maior parte do comportamento dos títulos de dívida pública”, explicou a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
João Bento, presidente dos CTT. Foto: Global Imagens
João Bento, presidente dos CTT. Foto: Global ImagensGlobal Imagens
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Os lucros dos CTT caíram, no primeiro trimestre, 54% em termos homólogos, para 7,4 milhões de euros, com a subscrição de títulos de dívida pública a descer de 7,5 mil milhões de euros para 294,8 milhões de euros.

Na nota, publicada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa indicou que registou, nos primeiros três meses deste ano, "um resultado líquido consolidado atribuível a detentores de capital do grupo CTT de 7,4 milhões de euros, 8,7 milhões de euros abaixo do obtido" no primeiro trimestre do ano passado.

Os rendimentos operacionais do segmento de Serviços Financeiros e Retalho atingiram 5,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma queda de 80,8%, indicou o grupo.

"Este desempenho desfavorável, quando comparado com período homólogo, advém na sua maior parte do comportamento dos títulos de dívida pública", destacou.

Segundo os CTT, "no primeiro trimestre de 2023, os títulos de dívida pública atingiram níveis máximos históricos de colocação, induzidos pela maior atratividade do produto quando comparado com os depósitos bancários", mas a "alteração das condições de comercialização em junho de 2023 reduziu a atratividade deste produto para o aforrador, devido à redução das taxas de juro, e limitou a capacidade de comercialização, devido à diminuição drástica dos limites máximos de aplicação por subscritor".

Assim, no período em análise, foram efetuadas subscrições destes instrumentos "no montante de 294,8 milhões de euros o que compara com 7,5 mil milhões de euros de subscrição" no primeiro trimestre de 2023, destacou.

Globalmente, os rendimentos operacionais dos CTT atingiram 263,5 milhões de euros, aumentando 9% em relação ao mesmo período do ano passado, “impulsionados pelo Expresso e Encomendas, Banco CTT e Correio e Outros”.

O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) da empresa atingiu os 34 milhões de euros, uma queda de 16,6% em termos homólogos.  

No documento, os CTT destacaram que os rendimentos operacionais de Expresso e Encomendas atingiram 101,4 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 56,8% em termos homólogos, sendo que “o crescimento verificado foi impulsionado pelo aumento de tráfego” de mais 68,5% “que se registou quer em Portugal quer em Espanha”.

“Espanha representa já 61,7% das receitas do segmento de Expresso e Encomendas, fruto do crescimento do mercado de ‘e-commerce’ e do ganho de quota de mercado, o qual reflete os investimentos feitos na expansão e capacidade da rede, na extensão e diferenciação do portefólio dos serviços oferecidos e na qualidade de entrega”, referiu.

Assim, “os rendimentos em Espanha têm vindo a beneficiar” deste cenário, “tendo alcançado os 62,6 milhões de euros” no primeiro trimestre, mais do que duplicando, indicou.

Já em Portugal, neste segmento, “os rendimentos registaram 37,4 milhões de euros”, um aumento de 10,4%.

Os rendimentos operacionais de Correio e Outros atingiram 120,3 milhões de euros, nos primeiros três meses deste ano, mais 5,2%, um desempenho que decorreu fundamentalmente do desempenho da receita do correio endereçado e das soluções empresariais, detalharam os CTT.

Os gastos com pessoal dos CTT atingiram 102,2 milhões de euros, aumentando 4,5 milhões de euros em relação ao ano anterior, “essencialmente pelo reflexo do aumento salarial (+3,3 milhões de euros), incluindo o aumento do salário mínimo”.

No período que terminou em 31 de março de 2024, o número médio de pessoal ao serviço dos CTT era de 13.574, face a 12.800 colaboradores a 31 de março de 2023, referiu.

Rendimentos do Banco CTT sobem 6,3%

Quanto ao Banco CTT, o grupo registou no primeiro trimestre rendimentos operacionais de 36,2 milhões de euros, um aumento de 6,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os CTT indicaram que o crescimento dos rendimentos contou com o desempenho positivo da margem financeira, que atingiu 24,1 milhões de euros, mais 9,3% do que no ano passado.

Por sua vez, os juros recebidos aumentaram 14,8 milhões, face a igual período do ano anterior, “beneficiando da subida de taxas de juro e do crescimento de volume”, sendo que “os juros pagos aumentaram 12,8 milhões de euros face ao mesmo período de 2023 devido ao aumento das taxas de remuneração dos depósitos dos clientes e securitizações de crédito automóvel”, destacou.

No final do primeiro trimestre deste ano, “o número de contas à ordem era de 658 mil (mais 11 mil do que em dezembro de 2023)”, adiantaram os CTT.

Já os depósitos de clientes situaram-se em 3.470,4 milhões de euros, no mesmo período, um crescimento de 11,7% face a dezembro de 2023.

Segundo a empresa, “assistiu-se a um aumento de 25,1% dos depósitos a prazo e uma redução de 5,5% dos depósitos à ordem, face a dezembro de 2023”.

Os CTT detalharam que “os juros recebidos do crédito automóvel atingiram 14,6 milhões de euros no primeiro trimestre”, mais 38,1%. 

Por sua vez, “os juros recebidos de crédito à habitação situaram-se em 7,8 milhões de euros", mais do dobro, em termos homólogos. 

“Este crescimento está em linha com a evolução positiva das taxas Euribor desde o primeiro semestre de 2023”, adiantou, revelando que “a carteira de crédito habitação líquida de imparidades ascendeu a 736,8 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, mais 1,3% face a dezembro de 2023.

As comissões recebidas atingiram 11,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, mais 3,3%, referiu.

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