
A Sonae fechou os primeiros nove meses do ano com resultados líquidos atribuíveis aos acionistas de 149 milhões de euros, mais 11% do que em igual período de 2023. O volume de negócios consolidado aumentou 15% para sete mil milhões de euros, "impulsionado pelo crescimento dos negócios de retalho, que reforçaram as suas posições de liderança, e pela inclusão no portefólio da nórdica Musti e espanhola Druni", refere a empresa em comunicado.
Já o investimento consolidado atingiu o valor recorde de 1,6 mil milhões de euros - valor acumulado referente aos últimos 12 meses -, que inclui quer a expansão orgânica dos negócios do grupo, mas sobretudo as mais recentes aquisições. No comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae especifica que "concretizou a combinação da Druni e Arenal, tornando a MC líder no mercado ibérico de saúde, beleza e bem-estar, depois ter concretizado com sucesso a OPA sobre a Musti, empresa líder de mercado no retalho de produtos para animais de estimação nos países nórdicos, e a aquisição de uma participação de 89,1% na BCF Life Sciences, empresa francesa de ingredientes para a indústria da nutrição".
Contabilizadas apenas as aquisições desde o início do ano, o investimento totalizou 1.071 milhões de euros.
Em resultado da integração dos novos negócios, mas também do "sólido desempenho" no retalho e nas telecomunicações, o EBITDA consolidado cresceu 22%, para 706 milhões de euros. A dívida líquida consolidada situava-se, no final de setembro, em 1,8 mil milhões de euros.
Citada no comunicado, Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, fala num "crescimento robusto" em todos os negócios do grupo. "Fortalecemos as nossas posições competitivas nos principais mercados em que atuamos, acelerando a nossa evolução digital e fazendo progressos constantes nos nossos compromissos ESG", sustenta.
Na análise por negócios, aponta o "desempenho impressionante" da MC no terceiro trimestre do ano,correspondente a uma faturação de 2.099 milhões de euros, um crescimento de 6,3% numa base comparável. No acumulado dos nove meses, as vendas totalizaram 5.384 milhões de euros, mais 7,3% que no período homólogo, em termos comparáveis. O grupo abriu oito novas lojas alimentares em Portugal no terceiro trimestre.
Quanto à Worten, refere Cláudia Azevedo que "continua a ganhar quota de mercado em Portugal, registando um forte desempenho nas categorias de eletrónica e eletrodomésticos, complementado por progressos notáveis na sua oferta de serviços de reparação, com a iServices a expandir a sua presença em França e na Bélgica". Registou 348 milhões de euros de vendas no terceiro trimestre, um crescimento homólogo de 7,9%, e de 942 milhões entre janeiro e setembro, um aumento de 7% face a igual período de 2023, mas de apenas 3,5% numa base comparável.
"Em todos os nossos negócios de retalho, o comércio eletrónico foi um motor importante de crescimento, sustentado por um conhecimento único dos nossos clientes, uma melhoria das interfaces digitais e uma integração cada vez mais suave entre as lojas físicas e os canais online", refere, ainda, a CEO da Sonae.
No imobiliário, o portefólio europeu de centros comerciais geridos pela Sierra "continuou a demonstrar um forte dinamismo" nos primeiros nove meses do ano. O que se traduziu num crescimento, em termos comparáveis, de 5,2% nas vendas dos lojistas, com as taxas de ocupação a manterem-se nos 98%.
Nas telecomunicações, a NOS "teve mais um trimestre excecional, com crescimento sustentado em todos os segmentos de clientes, alavancando os investimentos realizados nos últimos anos e uma execução operacional muito disciplinada", diz o grupo. A empresa reportou os seus resultados trimestrais ao mercado a 31 de outubro,sendo que aumentou a sua quota de mercado no segmento de telecomunicações, com as receitas consolidadas a crescerem 6,1% em termos homólogos, "impulsionadas por um aumento de 6,3% em telecomunicações e por um forte desempenho" nos cinemas.