Lufthansa sinaliza ao governo interesse pela TAP

Gigante alemão reafirmou vontade em adquirir a transportadora portuguesa. Governo ainda não definiu modelo de privatização.
Lufthansa sinaliza ao governo interesse pela TAP
Gonçalo Villaverde/Global Imagens
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A Lufthansa, uma das maiores companhias aéreas do mundo, está interessada na TAP. O CEO da transportadora alemã, Carsten Sporh, deslocou-se esta segunda-feira de manhã a Lisboa com "a intenção de manifestar o interesse" na empresa portuguesa, soube o Dinheiro Vivo. O gestor esteve reunido, a seu pedido, com os ministros das Finanças e das Infraestruturas com o único objetivo de "sinalizar o interesse". Da reunião, que durou quase duas horas, não saiu nenhum desfecho para a TAP. O governo quer ouvir outros potenciais compradores.

Este domingo, o jornal italiano Corriere della Sera noticiou que o plano da Lufthansa passava por adquirir uma participação de 19,9% na transportadora portuguesa, posição que valerá entre 180 a 200 milhões de euros, e que não carece de comunicação a Bruxelas. No entanto, segundo foi possível apurar, o CEO da Lufthansa não avançou nenhuma proposta concreta de aquisição da TAP, cujo capital é detido a 100% pelo Estado, após a ajuda pública de 3,2 mil milhões de euros devido à pandemia.

Esta não é a primeira vez que a Lufthansa demonstra interesse na TAP. Há cerca de um ano, o gigante alemão revelou que a transportadora portuguesa possuía uma oferta de rotas, com foco na América do Sul (principalmente o Brasil), que completaria a sua rede. O DV contactou a Lufthansa para averiguar do interesse e planos para a TAP, mas a companhia não quis comentar.

O governo de Luís Montenegro ainda não definiu o modelo de privatização da TAP, mas é certo que uma das condições do negócio passa por assegurar o hub da companhia em Lisboa. Garantir a melhor proposta financeira é outro dos pontos essenciais nas negociações. Aliás, o executivo prepara-se para ouvir outros grupos que já manifestaram interesse em comprar a transportadora nacional. Tanto a Air France/KLM como o grupo IAG (detém a British Airways e a Ibéria, entre outras) estão na corrida.

Desconhece-se ainda se o governo irá vender a totalidade da empresa portuguesa ou optar pela alienação de parte da companhia. Recorde-se que, em setembro do ano passado, ainda António Costa era primeiro-ministro, a privatização da TAP foi aprovada em Conselho de Ministros, e o objetivo estabelecido foi vender “pelo menos 51%” do capital, embora admitindo a alienação da totalidade da empresa.

Com a queda do governo PS, o processo de privatização ficou suspenso. Agora, o governo de Montenegro está a preparar o dossier para vender uma parte ou a totalidade da companhia portuguesa no primeiro trimestre de 2025. Há pouco mais de um mês, o ministro das Infraestruturas e Habitação assumiu haver "pressa" na privatização e inclusive que "o mercado está disponível para o fazer".

A TAP encerrou o primeiro semestre deste ano a registar lucros de 400 mil euros, bastante abaixo dos 22,9 milhões obtidos em igual período de 2023. A companhia fechou a primeira metade do ano no verde devido aos resultados de 72,2 milhões de euros obtidos entre abril e junho. Nos primeiros seis meses de 2024, transportou 7.7 milhões de passageiros, um crescimento homólogo de 1,6%. 

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