O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, afirmou esta sexta-feira que controlar a inflação "provavelmente vai exigir" que se mantenha uma política monetária "restritiva durante algum tempo". A meta da Fed é reduzir a inflação dos EUA para 2%. Em julho, foi de 8,5%, um ligeiro abrandamento em relação à taxa de 9,1% observada no mês anterior, e que representou um recorde em 40 anos. Em 2023, a inflação deverá atingir os 4%.
Num discurso proferido no início da reunião de Jackson Hole, que reúne economistas e dirigentes de vários bancos centrais, Powell disse também que essa luta contra a inflação "afetará famílias e empresas", mas considerou que renunciar à reposição da estabilidade de preços seria mais prejudicial para a economia.
Sobre a decisão que o banco central norte-americano pode vir a tomar em setembro sobre as taxas de juro, o presidente da Fed indicou que dependerá dos dados disponíveis nesse momento. Contudo, salientou que "o registo histórico adverte fortemente contra um alívio prematuro da política monetária".
O regresso à estabilidade de preços "leva tempo" e vai implicar "um longo período de crescimento económico mais fraco" e também "um abrandamento no mercado de trabalho", advertiu.
A Fed volta a reunir-se a 20 e 21 de setembro para anunciar uma nova subida dos juros. Os analistas apontam para uma subida de 50 pontos base ou 75 pontos base. Desde março, já subiu as taxas em 225 pontos base.