O governo espanhol pretende começar a reduzir os rácios de endividamento público e do défice já neste ano, aproveitando o embalo do crescimento económico previsto para o país ao longo deste ano e do próximo.
A intenção é assumida pela ministra espanhola da Economia, Nadia Calviño, em entrevista ao jornal El Periódico, citado no económico Cinco Días, do El País.
Calviño pede a redução "já este ano dos rácios de défice e dívida em relação ao PIB", citando boas condições para levar a cabo a tarefa num período que é ainda de recuperação. Designadamente, a expectativa de que as regras orçamentais da União Europeia se mantenham suspensas em 2022 e a política monetária do Banco Central Europeu, que manteve este mês o compromisso com o nível de compras de ativos no programa extraordinário de resposta à pandemia.
"Neste momento, ninguém está a considerar a retirada destes estímulos extraordinários, o que poderia pôr em risco a recuperação", refere a responsável do governo espanhol.
Em 2021, a economia espanhola deverá crescer 5,9%, segundo as previsões da Comissão Europeia, sendo o país do bloco europeu com a projeção de crescimento mais rápido depois de em 2020 ter sofrido também o maior trambolhão (menos 10,8% do PIB). Em 2022, o crescimento poderá ser de 6,5%, com a recuperação para o nível de PIB pré-pandémico a completar-se no final desse ano, antecipa Bruxelas. É também o maior crescimento projetado entre os países da União no próximo ano.
A economia espanhola será neste ano a maior recetora dos fundos dos Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência, absorvendo 25% das emissões de dívida do mecanismo planeadas para este período. Madrid requereu em pré-financiamento 27 mil milhões de euros, para "concentrar os investimentos e reformas nos primeiros anos, para obter impacto anticíclico máximo", justifica Calviño.