
Quarenta e seis por cento dos presidente executivos em Portugal afirmam que as empresas que lideram investiram em inteligência artificial (IA), "independentemente das condições económicas", segundo dados do CEO Outlook 2024 da KPMG, a que o DN teve acesso. Em termos globais, Portugal fica abaixo do resto do mundo, uma vez que 52% dos CEO inquiridos de todo mundo aprovaram investimentos em IA, este ano.
O CEO Outlook da KPMG resulta do inquérito a cerca de 1300 CEO de todo o mundo (50 em Portugal), que responderam anonimamente a questões relacionadas com a atração de talento, tecnologia e previsões económicas. Estes gestores lideram empresas cuja faturação anual é de pelo menos 500 milhões de dólares (mais de 460 milhões de euros).
As ordens executivas para investir em IA, no entanto, não resultaram na criação de postos de emprego, tanto nas empresas dos gestores inquiridos em Portugal como a nível mundial, segundo o estudo. Em Portugal, o investimento feito contribuiu antes para a melhoria de competências dos funcionários (8%), para ganhos de eficiência e produtividade (8%), para novos produtos e oportunidades de crescimento (10%), para o aumento dos índices de inovação (14%), e incresmento dos resultados líquidos (22%), de acordo com os CEO inquiridos. Exceto a perceção de subida do lucro perante o investimento em IA, os restantes indicadores estão em linha com as respostas dos CEO a nível mundial.
Quanto à criação de emprego com o investimento em IA, 56% dos gestores em Portugal acredita que a IA não vai impactar "fundamentalmente" nos postos de trabalho, mas que irá a contínua melhoria das competências dos funcionários. A nível mundial, 76% dos CEO deram a mesma resposta. Já 23% dos gestores em todo o mundo acredita que a IA vai gerar mais emprego do que os que irá eliminar. Em Portugal, essa perceção é partilhada por 44% partilham a mesma ideia.
Outra conclusão do estudo é que 49% dos CEO, em Portugal, está confiante que os trabalhadores têm as competências adequadas para que a empresa beneficie da IA (38% a nível mundial). Por outro lado, 46% identifica desafios éticos como algumas das questões mais difíceis de abordar aquando da implementação da IA nas organizações.