Marcelo admite confinamentos locais e que "a economia demorará a recuperar"

O Presidente da República falou ao país após o Parlamento autorizar a renovação do estado de emergência até 30 de abril e explica que o caminho que se segue será trabalhoso.
Publicado a

Marcelo Rebelo de Sousa começou por saudar o comportamento dos portugueses e deixou um desejo sobre o qual não tem certezas: "Deveria ser a última renovação" do estado de emergência. Ainda assim, admite tal como o ministro Eduardo Cabrita que há a possibilidade de "confinamentos locais, se necessários", para que se garanta "um verão e um outono diferentes."

O Presidente da República chamou "a atenção para as solidões dramáticas dos mais idosos" e "frustações irreversíveis" provocados pelo confinamento, admitindo que "a economia demorará a recuperar, mas a sociedade demorará muito mais". Marcelo admitiu ainda que os "mais vulneráveis estão já protegidos".

Lembra ainda final de 2020 e princípio do ano: "No dia 6 de novembro de 2020 decretei o segundo e mais longo estado de emergência que conhece aquela que deveria ser a sua última renovação, até 30 de abril. O período mais difícil foi o que se seguiu ao confinamento geral de janeiro, com quase três meses de confinamento geral mais intenso, até porque os números atingidos chegaram a colocar-nos na pior situação da Europa. Os portugueses respondem sempre, com coração e solidariedade".

O que se segue terá desafios, com Marcelo a dramatizar na sua mensagem ao país os esforços que se seguem de recuperação económica e social do país. "O caminho que se segue vai ser muito trabalhoso", afirmou, acrescentando que estamos no "começo da ponta final do período mais difícil da vida coletiva desde a gripe espanhola, com mais mortes do que a Grande Guerra ou as lutas africanas de há sessenta anos".

O Presidente da República destacou ainda as marcas na vida pessoal e profissional "de todos", a "desorientação na vida de milhares de estudantes", o agravamento da pobreza e desigualdades e a demora que a economia e sociedade ainda têm de enfrentar para dar espaço à reconstrução.

"Se 2020 foi o ano da luta pela vida e pela saúde, 2021 terá de ser o ano do início da reconstrução social sustentada e justa", alerta Marcelo Rebelo de Sousa.

Os portugueses "têm de sentir que verdadeiramente" são o centro da justiça, direito, finanças, economia e política.

"Portugueses, hoje quero pedir-vos ainda mais um esforço para tornar impossível o termos de andar para trás para que o estado de emergência possa caminhar para o fim", apelou.

O presidente pediu ainda que se olhe para esta como a altura "de pensarmos mais no futuro, com o orgulho legítimo de termos estado e estarmos à altura, como povo, dos grandes desafios" impostos ao país ao longo de quase nove séculos de história. "E de termos estado, e continuarmos a estar, à altura de Portugal."

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt