O Presidente da República defendeu esta quinta-feira que as medidas de apoio às famílias e empresas para fazer face à inflação deveriam ser concertadas a nível europeu, afirmando esperar para ver o pacote que o Governo anunciará.
"Acho que neste momento, em todos os países, tem que se ponderar um conjunto de medidas. O ideal era que fosse concertado a nível europeu, senão aumentam as desigualdades na Europa", respondeu aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa à saída das Conferências do Estoril, quando questionado sobre o anúncio de Espanha de que vai reduzir o IVA do gás.
Na opinião do Presidente da República, estas medidas "devem cobrir todos os domínios em que isso é possível, de acordo com a situação de cada país" para que, numa altura em que há subida do preço da energia e a inflação noutros bens, "isso não venha a criar os problemas que pode vir a criar ou já está a começar a criar na vida das pessoas, das famílias e das empresas".
"Vamos ver. Isso é uma decisão do Governo. Vamos ver quando é que aparecerá e como é que será", afirmou, quando questionado se espera um pacote de medidas robusto da parte do Governo de António Costa.
O Conselho de Ministros extraordinário para aprovar o pacote de medidas de apoio ao rendimento das famílias face à inflação realiza-se na segunda-feira, anunciou esta semana o primeiro-ministro, António Costa.
"Temos de acompanhar com muita atenção o que vai acontecer na evolução dos preços, da inflação e do que isso se projeta na vida das pessoas", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.
Na análise do chefe de Estado, a primeira dúvida é como se vai comportar a inflação, ou seja, se "vai manter-se a subir, se desce ligeiramente como os últimos números parecem apontar ou se desce mais a partir do fim do ano e da perspetiva de o conflito não ser muito duradouro".
"Segunda dúvida: até lá as famílias, as pessoas, as empresas sofrem. Qual o pacote de medidas ou conjunto de medidas que, em vários países e também em Portugal e na Europa tem sido debatido e preparado, vai enfrentar essa situação para os próximos meses?", questionou ainda.
A terceira questão, para Marcelo, é "saber quando isso aparecerá agora em setembro, antes do Orçamento do Estado para o ano que vem porque há medidas que são muito urgentes e há outras medidas que naturalmente têm que ser previstas mais para o futuro, para o ano que vem".
"Tudo isso vai estar na atualidade e inevitavelmente em todos os países da Europa e depois como é que a Europa trabalha em conjunto essas medidas. Há medidas no domínio da energia que têm que ser trabalhadas em conjunto pela Europa", enfatizou.