Mediadores de seguros reúnem-se em congresso, com concorrência da banca na agenda

10ª edição do congresso da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros realiza-se amanhã, em Lisboa. Mediadores querem que futuro governo garanta que quem tem crédito à habitação possa mudar o seguro de vida e multirrisco para o mercado livre "sem que sofra a ameaça de uma penalização do spread".
David Pereira, presidente da APROSE
David Pereira, presidente da APROSEReinaldo Rodrigues/Global Imagens
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O 10º congresso da Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros (APROSE) realiza-se amanhã na Fundação Champalimaud, em Lisboa, com algumas preocupações na agenda. Entre elas, a concorrência da banca, nomeadamente nos  seguros ligados ao crédito à habitação que, acusa a associação, prejudica o consumidor. 

"A Associação denunciou, no ano passado, junto dos vários partidos representados na Assembleia da República, que os valores dos seguros de vida e multirrisco associados aos créditos à habitação atingem, na grande maioria dos casos, o dobro do preço quando são celebrados aos balcões dos bancos e não em mercado livre", diz a APROSE, em comunicado.

A associação liderada por David Pereira diz que propôs ao Governo e aos grupos parlamentares uma alteração à lei, "para que os clientes possam escolher livremente onde contratar os seguros, quando procuram um crédito à habitação, ou possam mudar o seguro de vida e multirrisco para o mercado livre, em caso de créditos já existentes, sem que sofram a ameaça de uma penalização do spread", mas que a medida não chegou a avançar, e esperam agora "que o futuro governo dê resposta positiva a esta reivindicação que serve, apenas e só, os interesses dos cidadãos".

Em debate no congresso que junta os mediadores de seguros estará o "reforço da mediação profissional, em contraponto com os seguros que são vendidos aos balcões dos bancos, dos correios e até por contabilistas, por exemplo, que são entidades sem conhecimento para poderem vender esses produtos", defende a APROSE.

A associação destaca como fator positivo no setor "o aumento na venda de seguros por parte dos mediadores, enquanto a banca regista menos vendas". Segundo a APROSE, os dados da Associação Portuguesa de Seguradores, relativos a 2023, indicam que "no ano passado a banca vendeu 41% dos seguros, enquanto em 2022, esse valor tinha chegado aos 48%.  Globalmente, em 2023 a venda de seguros caiu 2%, em relação a 2022, mas a prestação dos agentes e corretores seguiu em sentido inverso e contribuiu para que o recuo não fosse maior", sublinha.

 A iniciativa junta todo o setor segurador e na abertura estará a presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, Margarida Corrêa de Aguiar. 

A APROSE aplaude a informação que lhe confirmada pela entidade reguladora do setor, de que está em curso a elaboração do projeto do Fundo Sísmico. "A criação deste fundo é uma antiga reivindicação da Associação de Agentes e Corretores de Seguros, que há muito tem vindo a alertar para a necessidade e urgência de se desbloquear este processo, que se arrastava há mais de dez anos. A Associação tem esperança de que desta seja de vez e se avance com esta medida, já implementada, de resto, em diversos países".

O orador convidado desta edição 10ª edição do congresso dos mediadores de seguros será  António José Seguro, antigo ministro Adjunto de António Guterres, ex-eurodeputado e secretário-geral do PS entre 2011 e 2014, que fará uma intervenção subordinada ao tema  “Economia em Democracia”.

À tarde, o congresso da APROSE junta representantes dos vários partidos políticos que vão participar num dos painéis do Congresso, intitulado “Assembleia de Legisladores”.

A Aprose, criada em 1976, tem 2040 associados, num setor que, segundo os números da associação presidida por David Pereira, conta com 19 mil trabalhadores.

No congresso, diz a Aprose em comunicado,  será "feita a análise à situação do setor e perspetivar-se o futuro de uma atividade que é de extrema importância para a economia e para os cidadãos".

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