O ministro das Finanças, Fernando Medina, garantiu "empenho de Portugal" para um "compromisso amplo" sobre o futuro diretor executivo do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), cargo ao qual concorre João Leão, após adiamento da votação desta quinta-feira.."Quero aqui sublinhar que Portugal tem feito sempre, nestes processos, como em todos os processos, parte da solução. Portugal é parte da solução no campo da construção europeia, no campo do aprofundamento da intervenção do MEE [...] e, por isso, faremos o nosso diálogo e teremos o nosso empenho com todos os nossos parceiros para que se encontre a melhor solução para o futuro do Mecanismo", disse Fernando Medina..Falando aos jornalistas portugueses à entrada para a reunião do Eurogrupo, no Luxemburgo, o governante apontou que, após o adiamento, Portugal vai "intensificar os contactos com os vários Estados-membros a partir de hoje".."A reunião de hoje era importante, não havia a informação de que não iria haver votação, [mas] a Presidência [do Eurogrupo] entendeu que não havia condições para uma votação unânime [...] e que seria importante podermos dialogar mais, conversarmos mais sobre o processo", acrescentou..Lembrando que o mandato do atual diretor executivo do MEE só termina em outubro, Fernando Medina assinalou que o presidente do Eurogrupo considerou ser "avisado mais tempo de diálogo entre os países para ter uma solução de compromisso, que seja uma solução de compromisso muito amplo, que é aquilo aliás, exige as próprias regras"..Os ministros das Finanças do euro adiaram esta quinta-feira por falta de consenso a discussão sobre a nomeação do próximo diretor executivo do MEE, cargo ao qual concorre o ex-ministro João Leão, informaram fontes europeias..Reunidos no Luxemburgo para a reunião anual do Conselho de Governadores do MEE, os ministros das Finanças da zona euro não conseguiram então chegar a acordo sobre um nome entre os três candidatos ao cargo de diretor executivo, informaram as mesmas fontes europeias à agência Lusa..Além de João Leão, concorrem ao cargo o ex-ministro das Finanças luxemburguês Pierre Gramegna e o antigo chefe de gabinete do comissário europeu da Economia Marco Buti, sendo que um destes três nomes irá substituir o alemão Klaus Regling, que é diretor executivo do MEE desde a sua criação, em 2012, e termina o seu mandato a 07 de outubro..Como a sucessão só terá de acontecer a partir de 08 de outubro, haverá até lá nova discussão sobre a nomeação, ainda sem data prevista, adiantaram as mesmas fontes à Lusa..A discussão estava na agenda da reunião anual do Conselho de Governadores do MEE, o órgão máximo de tomada de decisões do organismo que é composto por representantes governamentais de cada um dos 19 acionistas do mecanismo, os países do euro, com a pasta das Finanças. Portugal está representado, pelo ministro da tutela, Fernando Medina..Cabe aos ministros das Finanças do euro tomar esta decisão, numa votação feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado..Portugal, por exemplo, tem um direito de voto de cerca de 2,5%, o que compara com o da Alemanha (26,9%) e de França (20,2%), estes com maior peso na votação e com poder de veto..No anterior Governo, João Leão assumiu a pasta das Finanças, depois de ter sido secretário de Estado do Orçamento, entre 2015 e 2019.