
O Super Bock Group assumiu uma postura mais reservada nos últimos anos, mas o presidente executivo garante que o trabalho tem estado centrado no desenvolvimento do negócio e sublinha: "Estamos tranquilos com o rumo que o negócio tem seguido".
Rui Lopes Ferreira falou ao Dinheiro Vivo à margem da inauguração oficial da Browers Beato, a nova microcervejeira artesanal do grupo, resultado de um investimento de mais de três milhões de euros e de um spin-off, a The Browers Company.
Como está a correr o ano? O que têm andado a fazer?
Temos estado a criar condições para continuarmos a desenvolver o nosso negócio, estamos tranquilos com o rumo que tem seguido. A pandemia foi um período muito complexo para a nossa atividade, sofremos especialmente por causa dos encerramentos e das limitações no canal HORECA (hotelaria, restauração e cafés). 2023 foi o primeiro ano civil completo já sem pandemia e estamos satisfeitos, porque atravessámos sem dramas de maior esta fase, que foi muito difícil, e aproveitámos para lançar as bases para o desenvolvimento futuro, reforçando a nossa liderança.
Nas cervejas?
Mantivemos, em 2023, a liderança das nossas marcas principais das categorias estratégicas, ou seja, nas cervejas, nas sidras e nas águas com gás, sendo que, aqui, atingimos, pela primeira vez, a liderança no on trade no segmento específico das águas com sabores. Já tínhamos essa liderança no canal off trade [super, hipermercados e retalho em geral], em 2023, conseguimo-la, também, no canal on trade [locais de consumo imediato]. As nossas marcas têm tido um bom desenvolvimento, aquilo que se chama o brand equity, e nós mantemos uma aposta e um compromisso muito forte com as nossas marcas, que são um dos nossos principais ativos, a par das nossas pessoas.
E valores, indica?
Não. Posso dizer-lhe que o mercado da cerveja em Portugal ultrapassou, em 2023, a barreira dos 600 milhões de litros. Chegou-se aos 620 milhões, para ser mais exato, algo que não acontecia desde 2009, o que dá uma ideia do que foram as dificuldades que o setor atravessou durante estas duas crises consecutivas, primeiro a da troika e depois a da pandemia. O mercado cresceu 3%, no ano passado, e nós crescemos acima do mercado, o que nos deixa satisfeitos e tranquilos com o nosso percurso e com o rumo que temos vindo a seguir.
E o futuro?
Continuamos muito empenhados no desenvolvimento das nosssas marcas, na consolidação da posição de liderança que temos em Portugal e em manter, também, o percurso de internacionalização. Temos vindo a expandir a marca Super Bock para novos territórios, mas sobretudo para novos segmentos na internacionalização, usando o território da música como alavanca de crescimento e de expansão.