Mercado de smartphones caiu 8% em Portugal

A pandemia levou os portugueses a realinhar prioridades. Em 2020, gastaram menos dinheiro na compra de telefones.
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Os portugueses compraram menos smartphones em 2020, revelam dados da consultora IDC. No ano passado, o mercado português de telefones apresentou quebras em todos os trimestres, com especial destaque para a primeira metade do ano - o período de confinamento mais rígido.

Segundo os dados referidos, os portugueses gastaram cerca de 729 milhões de euros em telefones, muito abaixo dos 890 milhões gastos em 2019 (-18%). No total do ano, as vendas de smartphones atingiram os 2,4 milhões de equipamentos, um recuo de 8% face ao total do ano anterior.

Conforme explica ao Dinheiro Vivo Francisco Jerónimo, associate vice president de devices da IDC EMEA, a pandemia levou os consumidores a dar prioridade a outro tipo de equipamentos, com especial destaque para os computadores (no total do ano, este segmento cresceu 36% face a 2019, para um total de 829 mil computadores vendidos ao longo do ano). "Se é preciso comprar um PC porque é fundamental para as crianças terem as aulas ou porque se precisa de trabalhar, etc., não se vai gastar dinheiro a substituir e comprar o último modelo [de smartphone], seja de que fabricante for, porque não há necessidade - a não ser que este se estrague ou seja roubado." Também as empresas evitaram este tipo de compras, diz.

Francisco Jerónimo destaca ainda o impacto que a contração da economia teve neste segmento de vendas. "Houve uma retração geral do consumo - porque muita gente perdeu o emprego, estava em risco de perder ou com medo de que isso acontecesse. As pessoas focaram-se no consumo daquilo que era essencial", resume.

O último trimestre do ano, habitualmente mais forte para as vendas, representou uma quebra de 0,9% em termos homólogos no número de unidades vendidas - entre setembro e dezembro foram vendidos 722 mil smartphones em Portugal.

Já em valor monetário, a quebra no último trimestre de 2020 foi de 1,4%, para 229 milhões de euros. Francisco Jerónimo aponta que, no final do ano, depois do choque inicial trazido pela pandemia, "as pessoas que quiseram e puderam trocar de equipamento, trocaram o smartphone por um iPhone, o crescimento em particular da Apple foi extraordinário". Mas, ainda assim, "a maioria das pessoas não trocou ou comprou telefone novo".

A Samsung terminou o último trimestre do ano como a marca de smartphones mais vendida no mercado português - a empresa sul-coreana vendeu 266 mil unidades, estima a IDC, correspondente a uma quota de mercado de 36,9%. O segundo lugar pertence à Apple, com vendas de 138 mil unidades no quarto trimestre (19,1% de quota).

A Huawei ocupava a terceira posição, com 113 mil unidades vendidas (15,7% de quota). A chinesa TCL fica em quarto, com vendas na ordem das 92 mil unidades (12,7% de quota). A Xiaomi vendeu 49 mil unidades de smartphones, com uma quota de 6,8%. Note-se que, no top das cinco marcas mais vendidas em Portugal, três lugares são disputados por marcas de nacionalidade chinesa.

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