Metade dos ataques informáticos em Portugal têm como alvos setores tecnológico e media

Estudo da Mastercard indica que há uma tendência ascendente dos ciberataques em Portugal, em linha com o que ocorre no resto da Europa.
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Praticamente metade dos ataques informáticos em Portugal têm-se registados nos setores tecnológico e media, revela o Relatório Cyber Trends da Mastercard esta quarta-feira. O mesmo relatório observa uma tendência ascendente no volume de incidentes nos últimos dois anos, sendo que durante nos primeiros nove meses de 2022 o número de incidentes triplicou (211%).

De acordo com o relatório, 47% dos incidentes ocorrem nos setores tecnológico (27%) e media (20%), "uma percentagem alinhada com a média europeia (51%)". Além destes setores, em Portugal, 15% dos ciberataques também incidem nos serviços públicos, enquanto 12% visam os serviços financeiros e 10% a área de viagens e entretenimento. Já as utilities, o retalho e o consumo representa 12% dos ataques informáticos.

O setor de Saúde e Farmacêutica tem sido o menos afetado, "com apenas 5% dos incidentes registados e que se concentraram em julho de 2021 e agosto de 2022".

"Na área das viagens e entretenimento, por exemplo, 72% dos registos tiveram origem em grupos de crime organizado, enquanto na Europa a média foi de 50%. No setor dos media, 73% dos incidentes em Portugal tiveram origem nestes grupos, quando a nível europeu é de apenas 39%", lê-se ainda.

O estudo da Mastercard exclui a "existência de padrões" no ataques informáticos reportados, mas consegue identificar que 65% dos incidentes são relativos a malware e ransomware. A tendência quanto à tipologia do ciberataque está "em linha com a tendência europeia (63%)".

Em comunicado, Maria Antónia Saldanha, country manager da Mastercard em Portugal, lembra que "a pandemia levou as empresas a estarem mais ativas no espaço digital e, com isso, a criar um terreno fértil para os cibercriminosos". Refere por isso que, apesar do teletrabalho e das subscrições de serviços online criarem "ganhos de eficiência", é necessário alargar o perímetro da cibersegurança e gestão do risco "muito para além do habitual".

"Pretendemos, por isso, que este relatório Cyber Trends, o primeiro feito em Portugal pela Mastercard, possa servir de ferramenta para as empresas poderem definir as melhores práticas na criação e manutenção de um ecossistema digital seguro", afirma Maria Antónia Saldanha.

O estudo foi elaborado com as ferramentas Cyber Quant e a plataforma RiskRecon da Mastercard,

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