Microsoft dá empurrão aos videojogos feitos em Portugal

Mais que esgotado, o Game Dev Camp reuniu na sexta-feira 430 participantes na sede da Microsoft, em Lisboa. A empresa, que lança a consola Xbox One em Portugal a 5 de setembro, quer ser uma das impulsionadoras da expansão da indústria nacional de videojogos.
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"É brutal a quantidade de empresas e pessoas que estão a fazer jogos em Portugal", diz ao DN Miguel Vicente, gestor de marketing de audiência da Microsoft. A empresa tem a correr o programa ID@Xbox, que dá aos programadores as ferramentas necessárias para desenvolver jogos para a consola e tem já a empresa portuguesa Biodroid a bordo.

Para a Microsoft, esta é uma forma de envolver a comunidade portuguesa de videojogos, numa altura em que a rival Sony domina 85% do mercado português de consolas domésticas, segundo a GfK, e que está a tentar expandir o seu ecossistema de aplicações universais - para Windows 8 e Windows Phone 8. É esta estratégia que se torna uma alavanca internacional para os programadores portugueses, que poderão destacar-se num ecossistema que ainda é reduzido em comparação com iOS e Android.

A Muzzley, que não é uma startup de jogos, apostou no sistema operativo Windows Phone e quer incluir a Xbox devido à "projeção que teremos, pelo destaque de uma aplicação de internet das coisas dentro da Microsoft." Usando esta aplicação no smartphone ou tablet, o consumidor pode controlar todos os aparelhos domésticos que tenham ligação à internet.

Esta nova vida da indústria de videojogos portugueses, após um período de explosão entre 2004 e 2007, deve-se principalmente aos ecossistemas móveis. "Consegue-se fazer um jogo para tablet, para telefone e ainda pô-lo na Xbox", resume Miguel Vicente. Um jogo casual pode custar 30 a 40 mil euros, diz ao DN Ricardo Flores, da Biodroid, que já tem mais de 20 títulos lançados desde 2011, para todas as plataformas. O custo dos jogos de desporto da empresa ronda os 70 mil euros.

Para a plataforma móvel, explica Rui Guedes da We Came From Mars, o custo vai dos 2500 aos 10 mil euros. O estúdio já lançou seis jogos, dos quais "Return Zero" é o mais popular, e vai lançar mais quatro. Todos para plataforma móvel, tal como a Bica Studios, que está agora a lançar o Smash IT! Adventures. O CEO Nuno Folhadela acredita que Portugal poderá ser um cluster importante no sector. "Temos a ambição e pessoas capazes de o fazer. Só estão a faltar os apoios para impulsionar e meter Portugal no mapa nesta área de entretenimento." A NerdMonkeys tem o mesmo foco: vai lançar em breve "Crime no Hotel Lisboa" para Windows Phone, iOS e Android, embora considere que as consolas domésticas como a Xbox ainda são "mais interessantes para se produzir" jogos.

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