O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sramento, rejeitou esta sexta-feira responsabilidades no crescimento da despesa pública do país, em 2024, afirmando que a subida dos gastos do Estado "resulta quase exclusivamente" de medidas do anterior Governo, chefiado por António Costa..Na audição que encerra o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), Miranda Sarmento defendeu que o "crescimento da despesa pública decorre do orçamento para 2024, aprovado durante a legislatura do anterior Governo [PS]", realçando que houve medidas implementadas já depois de António Costa, anterior primeiro-ministro, ter apresentado demissão..O governante reiterou junto dos deputados que pretende promover "uma mudança profunda na forma como o Estado gere as suas finanças", durante o ano de 2025, e prometeu que o atual Governo "não pode e não irá continuar" o atual ritmo do crescimento de despesa..Reiterando a previsão de que em 2025, a dívida pública se fixe em 93,3% do Produto Interno Bruto (PIB), face aos 97,9% no final de 2023, Miranda Sarmento realçou que esta sexta-feira a Comissão Europeia fez saber que as contas públicas não suscitam "particular preocupação", embora Bruxelas acompanhe "de perto" a situação..As últimas análises e indicadores apontam para uma aceleração dos gastos públicos este ano, a um ritmo bastante elevado face aos últimos anos, na ordem dos 10%. O Banco de Portugal (BdP) e o Conselho de Finanças Públicas (CFP) têm alertaram para a tendência de crescimento acelerado da despesa em 2024, tal como o Diáro de Notícias noticiou anteriormente.."Tenho alguma dificuldade em perceber porque o PS não vota a favor deste orçamento".Criticado pela bancada do PS pela forma como a equipa de Miranda Sarmento está a gerir os gastos orçamentais, o ministro das Finanças respondeu ter dificuldade em compreender o motivo para os socialistas não votarem favoravelmente o OE2025.."Tenho alguma dificuldade em perceber porque o PS não vota a favor deste orçamento", afirmou, apontando contradições nas posições do PS em relação a medidas que o Governo PSD/CDS-PP tem implementado..O deputado socialista António Mendonça Mendes, aproveitou o momento para saber o motivo do Governo não estar de acordo com o aumento de pensões proposto pelo PS. Miranda Sarmento garantiu estar “preocupado com os pensionistas de menores rendimentos”, mas respondeu não ser ainda este o momento de fazer um aumento extraordinário das pensões, reiterando a intenção do Governo em repetir em 2025 a atribuição de um suplemento, se a margem orçamental o permitir.."Por uma questão de precaução, por cautela, de não rigidez da despesa pública, para não criar mais despesa permanente e estrutural que fica muitos anos, entendemos que ainda não é o momento de fazer esse aumento extraordinário [das pensões]", disse o governante..Ou seja, o Miranda Sarmento prometeu repetir em 2025 uma medida semelhante à do pagamento de um suplemento entre 100 e 200 euros, como o realizado em outubro de 2024, para pensões até 3 Indexantes de Apoios Sociais (IAS), mediante "apenas dependente da situação orçamental"..O ministro das Finanças notou que no passado o PS considerou o pagamento de um suplemento extraordinário como um “erro de política económica”. .No âmbito, do debate na especialidade do OE2025, o PS propôs a atualização de forma estrutural e permanente das pensões mais baixas (até três IAS, ou seja, 1.527,78 euros tendo em conta o IAS de 2024) em 1,25 pontos percentuais, acima da atualização regular de janeiro. De acordo com Alexandra Leitão, que apresentou esta sexta-feira propostas de alteração ao orçamento, a medida custaria 265 milhões de euros.