Moody's corta a fundo no rating da Ucrânia e também deixa país a dois degraus da bancarrota

Na véspera, a Standard & Poor's fez o mesmo em relação à Rússia, que invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022. Se a guerra continuar, o caminho será sempre a descer, avisam S&P e Moody's.
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A agência de ratings Moody's anunciou na noite desta sexta-feira que a qualidade da dívida soberana da Ucrânia está a cair de forma acentuada, tendo reduzido a nota de crédito do País em dois patamares, de B3 para Caa2, ficando a dois passos do incumprimento e da bancarrota (C, o último nível da escala usada por esta empresa).

Na véspera, a Standard & Poor's (S&P) fez o equivalente em relação à Rússia, que invadiu a Ucrânia no passado dia 24 de fevereiro, desencadeado uma guerra. Assim, segundo a S&P, também a Federação Russa está agora a dois níveis do incumprimento das suas obrigações perante os credores.

Tal como no caso da Rússia (versão S&P), a Moody's também coloca a nota da dívida ucraniana em perspetiva (tendência ou outlook) negativa, isto é, poderá cortar mais no rating dentro de pouco tempo, acelerando o caminho para o estado de incumprimento ou mesmo bancarrota.

Segundo a agência Moody's, "este corte de dois níveis na classificação da Ucrânia e a decisão de manter as classificações em revisão para nova descida foram desencadeadas pela intensificação da invasão militar russa (revisão B3 para descida da classificação)". "A revisão em curso foi inicialmente desencadeada a 25 de fevereiro, com o início da invasão militar russa".

Os principais fatores para reduzir assim o rating ucraniano são:

"A invasão russa, que prejudicará a capacidade e até a vontade de a Ucrânia em cumprir o serviço da sua dívida";

"O grave impacto que a invasão russa terá no poder económico e orçamental da Ucrânia, devido a danos extensivos na sua capacidade produtiva", dizem os avaliadores.

E mais. "A intensificação da invasão militar da Ucrânia pode ter implicações no pagamento da dívida soberana", sendo que a Moody's acredita que "as almofadas da Ucrânia e o próximo apoio financeiro internacional substancial não serão suficientes para compensar totalmente os riscos de liquidez decorrentes das necessidades de reembolso da sua dívida, tendo em conta os grandes custos económicos e orçamentais que a invasão irá provocar no país".

(atualizado 23h00)

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