É desta forma que Filipe de Botton apresenta o pai no site da empresa cuja liderança recebeu das mãos do pai quando este cumpriu 76 anos e decidiu que era tempo de passar o testemunho.
Empreendedor, empresário dedicado e enérgico, Marcel de Botton era de uma força ímpar. E assim se manteve até aos 96 anos.
Morreu nesta manhã. A família comunicou o falecimento e indica que "o velório terá início nesta segunda-feira, dia 25, às 17.00, na sala de velório do crematório de Cascais (Alcabideche)". A cerimónia religiosa seguida de cremação acontece na terça-feira, às 15.30.
"A quem lhe pedisse que partilhasse o segredo do seu sucesso, Marcel respondia sempre: nunca parar. E ele nunca parou - de criar, de inovar e de perseguir os seus ideais. Mesmo depois de retirar-se dos comandos, continua a ser a força motriz da Logoplaste", escreve o filho na página em que conta a história da hoje multinacional, que se mantém uma empresa familiar apesar de contar com mais de 60 fábricas espalhadas por quatro continentes, em 18 países.
Marcel de Botton nasceu em São Paulo, Brasil, a 9 de novembro de 1925, mas ainda mal tinha feito os 6 meses quando a família de mudou para Paris. Dezasseis anos mais tarde, chegaria com os pais a Portugal abrindo, com apenas 18 anos, a Sotancro, uma empresa que fabricava ampolas de vidro para a indústria farmacêutica.
Quando propôs ao pai fundir este negócio com a empresa de embalagens Titan, o pai disse-lhe que o plástico não tinha futuro. Mas Marcel não se fiou, dedicando-se de corpo e alma à fábrica de plásticos que abrira com a mulher, Huguette, e um grupo de investidores. Seria um sucesso que cresceria até o 25 de Abril o obrigar a largar tudo e recomeçar do zero.
Homem de fibra, esse contratempo só lhe deu mais força: em 1976, nascia a Logoplaste, hoje no topo do ranking europeu de produtores de embalagens de plástico.
Pai de Filipe (hoje à frente do grupo), Cristina e Isabel de Botton, Marcel de Botton morreu hoje, aos 96 anos.