Napolitano Obicà exigiu franquia de um milhão de euros

Marca de gastronomia italiana estreou-se no Porto pela mão de cinco empresários. Distingue-se pelos produtos genuínos que põe na mesa.
É ao chef brasileiro Davi Cunha que cabe garantir a autenticidade da gastronomia de Itália.
É ao chef brasileiro Davi Cunha que cabe garantir a autenticidade da gastronomia de Itália.Adelino Meireles/Global Imagens
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O Obicà Mozzarella Bar, Pizza e Cucina, marca italiana de restauração presente em geografias tão distintas como o Japão, Estados Unidos e Reino Unido, chegou ao Porto após um investimento superior a um milhão de euros. A franquia foi assegurada pela portuguesa Vanity Comet, constituída pelos empresários do Norte Hélder Moura, Filipe Herculano, António Freitas, Paulo Barros Vale e João Carlos Vale. Foi uma aposta numa gastronomia há muito conhecida dos portugueses, mas que no Obicà se pretende afirmar pela autenticidade dos produtos e dos verdadeiros sabores de Itália.

O Obicà é um restaurante “italiano vero”, diz fonte oficial. Surgiu há 20 anos, em Roma, fruto da inspiração do napolitano Silvio Ursini, vice-presidente do grupo Bulgari Hotels & Resorts, que, durante uma viagem ao Japão, fascinou-se pelos balcões dos Izakayas (tabernas nipónicas), onde os alimentos são expostos e preparados à frente do cliente. Ursini decidiu então apostar num espaço de autêntica cozinha italiana, com especial foco na genuinidade dos artigos e da experiência do palato. O modelo conquistou vários investidores no mundo e acabou por chegar ao Porto, em maio de 2021.

Sem alho nem cebola, é ao chef Davi Cunha - brasileiro com curso do Instituto Franco-Brasileiro de Gastronomia -, que cabe garantir a autenticidade de Itália na sala portuense. O cozinheiro foi também alvo de formação complementar para estar familiarizado com a técnica, a tradição e os produtos italianos. Os pães, assim como a focaccia, são feitos na casa, a farinha usada nas pizzas é a Molino Paolo Mariani, moída na pedra (a massa repousa por 48 horas antes de ir ao forno), as pastas são provenientes de Campana, do Pastifício Gentile, e secas ao vento, a burrata e a stracciatella são produzidas com leite de vaca da região da Apúlia, no sul de Itália, e a mozzarella de búfalo (a estrela do restaurante) chega também de Campana, a um ritmo semanal. Mas não só. Os vinhos, as águas, as cervejas viajam também destas terras latinas para a Invicta.

Como realça fonte oficial, “90% dos produtos vêm de Itália” e as técnicas de confeção seguem a verdadeira tradição italiana. A intenção do Obicà foi, desde o início, “proporcionar, no Porto, uma experiência de verdadeira imersão na cozinha italiana - o que passa também pelo modo como se come, se saboreia e se convive à volta da comida”, diz ainda.

Aqui está

O fundador faz questão em manter os critérios com que lançou a marca. O chef, assim como os empregados - no Porto são 20 -, têm de estar familiarizados com os pratos e saber explicá-los aos clientes. Como a moda, a ementa é alterada a cada seis meses, após debate entre os cozinheiros dos vários restaurantes, acompanhando as duas principais estações do ano. Mas os habitués, e não só, podem contar que a carta mantém sempre alguns dos clássicos. Para garantir que tudo está de acordo com as regras do conceito original, os Obicàs espalhados pelo mundo são alvo de “inspeções periódicas muito rigorosas”, garante o responsável.

O conceito acabou por se expandir no país. Aos cinco empresários do Norte juntou-se o investidor Pedro Galvão e, em novembro de 2022, surgiu um Obicà em Lisboa. E “aqui está” (tradução para português da palavra do dialeto napolitano Obicà).

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