O Bricomarché, marca do grupo Os Mosqueteiros, quer investir 60 milhões de euros na abertura de 20 novas lojas em Portugal até 2030. Este movimento de consolidação num mercado competitivo como o português deve-se à confiança no modelo de negócio. Segundo Paulo Alves, administrador da insígnia, “o que diferencia o Bricomarché é o modelo de proximidade e gestão independente”, que “garante respostas locais e uma relação de confiança”. A oferta num mesmo espaço de artigos de bricolage, decoração, jardim, animais e construção, “é um valor acrescentado face a operadores mais centralizados” e, nessa medida, “acreditamos que há espaço para crescer”, frisa o responsável. O plano de crescimento integra também a remodelação e modernização progressiva das 60 lojas em operação. Segundo Paulo Alves, o objetivo é integrar um novo conceito em todas as unidades, projeto que implica um orçamento anual de 2,5 milhões de euros. Como explica, “iniciámos o processo de remodelação de lojas em 2019, evoluindo para diferentes formatos - Essencial, Generalista e Especialista - e investindo em serviços que valorizam a experiência de compra, como o Click & Collect e o Bati Drive”. Cada espaço é organizado em cinco setores, para facilitar “uma navegação intuitiva e uma resposta completa às necessidades” dos clientes, acrescenta.Os 43 aderentes - empresários independentes, que detêm e dirigem a sua loja ou lojas Bricomarché, e ocupam um cargo na estrutura a montante -, já manifestaram vontade de continuar esta evolução. Por isso, Paulo Alves prevê que “no curto prazo todas as lojas estejam sob o mesmo conceito”. Neste momento, contam-se mais de 30 espaços intervencionados, sendo que cada adaptação significa um investimento médio de 350 mil.Proximidade e independênciaPara o administrador, este modelo de gestão independente, “com empresários locais que conhecem de perto as suas comunidades, tem sido um fator determinante” para o desempenho e evolução da insígnia no país. Como sublinha, “a proximidade é um dos pilares do nosso sucesso. Não estamos apenas perto em termos geográficos, conhecemos as pessoas, os seus projetos e expectativas” e “apresentamos soluções práticas e acessíveis”. No ano passado, exercício em que abriu mais quatro lojas, o Bricomarché registou uma faturação superior a 201 milhões de euros, o que representou um crescimento de 9,6% face a 2023. Este desempenho valeu cerca de 9,5% do volume de negócios do grupo Os Mosqueteiros em Portugal (exceptuando a atividade dos combustíveis), que ultrapassou os 2,1 mil milhões de euros.Segundo Paulo Alves, todas as cinco áreas de atuação da insígnia “têm uma procura consistente”, embora tradicionalmente a bricolage, decoração e jardim assumam uma fatia mais relevante na faturação. O DIY (Do It Yourself ou “faça você mesmo”) registou um pico de vendas na pandemia, mas ainda hoje “vemos que os consumidores continuam a valorizar o ‘fazer em casa’ tanto por questões de poupança como pela experiência e prazer do bricolage”. É um mercado que estabilizou, mas que permanece sólido, frisa.Combater a inflaçãoO negócio, como tantos outros, sofreu com o aumento dos custos de produção dos artigos, nomeadamente dos materiais de construção. Para reduzir o impacto da inflação nas vendas da marca, o Bricomarché apostou numa combinação de três fatores: “negociação com fornecedores, aposta em marca própria competitiva e eficiência operacional”. “Trabalhamos com processos auditados e indicadores de desempenho, o que garante qualidade, segurança e preços justos, protegendo ao máximo o consumidor face à inflação”, sublinha. Paulo Alves lembra que este trabalho tem sido reconhecido externamente. O Bricomarché foi distinguido como Marca Recomendada na categoria de Obras, Bricolage e Jardim, distinção atribuída pelos consumidores através do Portal da Queixa, e, pelo segundo ano consecutivo, como A Melhor Loja de Portugal na categoria de Bricolage e Jardim. O Bricomarché está há 27 anos em Portugal e afirma-se como a maior rede nacional de lojas deste setor. No total da rede, é responsável por mais de mil postos de trabalho no país. .Indústria do mar quer recrutar mais de mil pessoas em Lisboa.Portugal perde projetos de investimento direto estrangeiro com incerteza económica e política na Europa