Nevermind. De grandes festas para crianças à Love in a Box

Impedida de fazer o seu negócio, a empresa de Vila do Conde virou-se para uma nova área: parques infantis e mobiliário para os mais pequenos.
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Especializada na criação e organização de eventos para crianças em espaços públicos e comerciais, a Nevermind não poderia ter arrancado melhor o ano. A empresa, que iniciou atividade em março de 2019, já tinha assegurado adjudicações no valor de 600 mil euros, mas a partir do final de fevereiro os clientes nacionais e estrangeiros começaram a adiar e a cancelar os programas devido ao escalar da pandemia. Era imperioso segurar o jovem projeto e os postos de trabalho de profissionais com mais de 20 anos de experiência na área. Sem perder tempo e potenciando o know-how da empresa é criada a Love in a Box - uma marca de parque infantis de uso interior e exterior e de mobiliário para crianças.

“A nossa reinvenção passou por levar às famílias aquilo que já sabíamos fazer, e bem, para grandes espaços, agora adaptado a áreas confinadas - o quarto, a sala, o jardim, a garagem, o sótão”, conta Susana Silva, CEO e uma das três sócias. Dentro da Love in a Box cabem todas as crianças entre os 3 e os 12 anos. A linha integra quatro coleções de parques infantis, acessórios para que brincar possa ser um assunto muito sério, como cozinhas e artigos de jardinagem, e artigos de mobiliário. A empresa lançou também o serviço “Faz o teu parque”, uma área em que o cliente pode personalizar o equipamento a partir de modelos predefinidos ou solicitar a execução do seu próprio projeto.

Com o foco no cliente, a Nevermind desenha, personaliza, produz (com exceção de alguns acessórios que resultam de parcerias com pequenos carpinteiros), entrega e faz a montagem - serviço 360o - toda a linha Love in a Box. Para já, a comercialização está assente na loja online, em revendedores e embaixadores.

Para alavancar a marca, a empresa firmou parcerias com 'influencers'. E já estão a ser dados os primeiros passos no sentido de ganhar mercados de exportação, através da comunicação dos novos serviços nas redes sociais e em parcerias locais.

O Natal

Susana Silva projetava fechar 2020 com uma faturação da ordem de 1 milhão de euros, mas a pandemia obrigou a rever em baixa as estimativas. “Devemos faturar 25% do valor que tínhamos estimado inicialmente.” A incerteza da evolução da pandemia e a impossibilidade de reunir grupos numerosos de crianças estão a impedir a retoma. Como frisa a gestora, “temos projetos em carteira à espera de poderem avançar por contingências de saúde pública”. O Natal, período de excelência na área dos eventos, é uma incógnita. A empresa já apresentou vários programas aos clientes, que estão em análise, mas “existem variáveis que ninguém sabe como vão evoluir e que não dependem de nós”.

No ano passado, com nove meses de operação, a Nevermind criou e produziu mais de 25 eventos. Aventuras na floresta, programas de animação no Natal, pistas de gelo ou 'wonderlands' são exemplos de alguns projetos desenvolvidos em Portugal, Espanha e França. O ano de arranque foi “uma agradável surpresa. Superámos todos os objetivos”, realça. Com o mundo de pernas para o ar, a Nevermind viu-se na necessidade de se reorganizar e diversificar.

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