
O fabricante automóvel japonês Nissan vai cortar 9.000 postos de trabalho em todo o mundo e reduzir em 20% a capacidade de produção, anunciou a empresa, na sequência de uma quebra nas vendas.
Durante a apresentação dos resultados referentes ao período de abril a setembro, o segundo maior fabricante japonês do setor e membro da aliança com a Renault e a Mitsubishi reviu em baixa as previsões de receitas e lucros operacionais para o exercício financeiro de 2024.
“Confrontada com a gravidade da situação, a Nissan está a tomar medidas urgentes para recuperar o seu desempenho e criar uma empresa mais ágil e resiliente”, refere o fabricante japonês, em comunicado.
A Nissan fará esta ampla reestruturação "com o objetivo de se tornar mais forte, mais resistente e adaptável para o futuro”, segundo disse o presidente e diretor executivo da empresa, Makoto Uchida, em conferência de imprensa.
Uchida não deu detalhes sobre quais os países ou quando exatamente ocorrerá o corte nos postos de trabalho, afirmando apenas que o nível de produção de cada região onde a empresa está presente será “revisto e analisado”.
O responsável da Nissan Motor anunciou ainda que haverá mudanças na liderança da empresa, que ocorrerão nos próximos meses, bem como cortes na remuneração dos seus executivos de topo, fruto dos resultados negativos hoje apresentados.
O lucro líquido do fabricante japonês caiu 93,5% entre abril e setembro, para 19.223 milhões de ienes (116 milhões de euros), sobretudo devido à quebra nas vendas e ao ajustamento da produção.
No mesmo período, que corresponde à primeira metade do ano fiscal japonês, o lucro operacional caiu 90,2%, para 32.908 milhões de ienes (198 milhões de euros), anunciou a empresa.
A Nissan Motor não publicou hoje a estimativa de lucro líquido para todo o ano fiscal, que terminará em março de 2025, devido a “dificuldades em calculá-lo num ambiente de negócios em rápida mudança”, segundo disse o presidente e diretor executivo da empresa, Makoto Uchida, em conferência de imprensa.
Entre abril e setembro, o volume de vendas caiu 1,3%, para 5,9 biliões de ienes (35.607 milhões de euros).
A quebra nas vendas levou hoje a Nissan a anunciar um corte de 9.000 postos de trabalho em todo o mundo, assim como um ajustamento na sua capacidade de produção
O responsável da Nissan Motor anunciou ainda que haverá mudanças na liderança da empresa, nos próximos meses, bem como cortes na remuneração dos seus executivos de topo, fruto dos resultados negativos hoje apresentados.
“Não vamos tornar a nossa empresa mais pequena, mas sim torná-la mais ágil e adaptável a um ambiente de negócios em rápida mudança”, disse Uchida, que também admitiu que a Nissan Motor “não foi capaz de se adaptar aos tempos” ou “capaz de ser rápida o suficiente."
O responsável aludiu especificamente a “um mercado cada vez mais difícil e com mais concorrentes”, ao aumento do preço das matérias-primas, à escassez de semicondutores ou a um plano de vendas da empresa “excessivamente esticado” como fatores para o agravamento da saúde financeira da Nissan.