Novo diretor-geral da HP em Portugal espera “procura crescente” por computadores IA

Pedro Coelho assumiu o cargo depois de quase duas décadas na subsidiária portuguesa da gigante norte-americana, e afirma que quer ajudar os utilizadores a “desbloquear” o poder da Inteligência Artificial.
Pedro Coelho, diretor-geral da HP Portugal. Foto: D.R.
Pedro Coelho, diretor-geral da HP Portugal. Foto: D.R.
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Há uma cara nova à frente da HP Portugal. Depois de quase vinte anos na subsidiária, onde desempenhou várias funções, Pedro Coelho assumiu o cargo de diretor-geral em agosto, numa altura em que o mercado tecnológico está em grande transformação por causa da Inteligência Artificial (IA). Os seus objetivos nesta fase inicial são abrangentes e virados para soluções: apoiar a transformação digital, apoiar os modelos híbridos de trabalho e ajudar os utilizadores a “desbloquear” o poder da IA. 

“A HP pretende consolidar as suas áreas nucleares”, disse o responsável em entrevista ao Dinheiro Vivo, referindo-se à Impressão e à Computação Pessoal, os segmentos mais fortes da empresa no mercado nacional. A expectativa é de que 2024 seja um ano de crescimento, embora Pedro Coelho não queira comprometer-se com percentagens.  

“Se o crescimento será de um dígito ou de dois dígitos percentuais, comparativamente ao ano passado, depende de alguns fatores dos diferentes mercados em que atuamos”, explicou. Por exemplo, a renovação de parques informáticos devido ao fim de suporte para o Windows 10, o nível de execução de projetos relacionados com o PRR - Plano de Recuperação e Resiliência ou a aceleração da adoção de IA nos PC. 

É aqui que mais atenções estão focadas neste momento. A Microsoft anunciou em maio o lançamento dos computadores CoPilot+, com Inteligência Artificial embebida, prometendo um ponto de inflexão na computação pessoal. A fabricante tem os seus próprios CoPilot+ (sob a marca Surface) mas também trabalhou de perto com empresas parceiras. A HP, que tem estado a investir em IA, é uma delas. 

“A HP tem neste momento uma abordagem consistente e transversal quanto à utilização de IA nos seus produtos e soluções”, indicou Pedro Coelho. O responsável considera que a integração destas tecnologias na marca é “diferenciadora” e vai para lá dos componentes físicos. Permite “proporcionar experiências de utilização mais ergonómicas, eficazes e produtivas” aos clientes. 

Os OmniBook X com IA, que têm um preço de venda recomendado de 1399,99 euros, são fortes apostas da HP neste segmento. E haverá mais, porque a empresa acredita que a categoria vai impulsionar as vendas nos próximos tempos.

“As principais novidades passarão pelo lançamento de novos PC com IA integrada”, afirmou Pedro Coelho. “Haverá uma oferta ainda mais alargada, o que acreditamos que irá contribuir para uma adesão mais forte desta categoria de equipamentos.” 

O novo diretor-geral da empresa citou previsões da consultora IDC, segundo as quais este mercado irá registar um crescimento acumulado de 6% entre 2024 e 2028. 

Um relatório recente da Canalys também indicou que 14% dos computadores que chegaram ao mercado no segundo trimestre (8,8 milhões de unidades) estão preparados para a IA - têm chipsets dedicados, como unidades de processamento neural. Esse número vai aumentar bastante até ao final do ano, atingindo 44 milhões de máquinas. Em 2025, segundo a firma, serão 103 milhões de unidades. 

“Do lado dos computadores profissionais, à medida que as empresas percebem como beneficiam da utilização de IA - e em particular da opção por correr IA no PC sem recorrer à cloud - teremos uma procura crescente de AI PC”, afirmou. 

Por outro lado, “os PC comprados durante a pandemia estão a completar quatro anos de vida, logo haverá uma apetência para ponderar a substituição para equipamentos que incorporem IA”, sugeriu Pedro Coelho.

Esses parques de PC criados em modo de urgência já justificam a substituição, considerou. Isso levará a “um período de renovação mais forte a ocorrer entre 2024 e 2025 e uma evolução para PC com capacidade para responder às necessidades atuais de mobilidade, colaboração, segurança e gestão.”

Em paralelo, há resquícios dos efeitos da pandemia que mantêm potencial nalgumas áreas onde a empresa também está a usar IA. É o caso do portefólio de acessórios Poly, já que a HP acredita no crescimento da tecnologia para salas de reunião, que possam dar melhor suporte a reuniões híbridas e por isso justificam investimentos em melhor qualidade de vídeo e áudio. O regresso aos escritórios, que tem estado a fazer-se com alguns solavancos, está ainda a levar as empresas a “rever as suas necessidades de impressão”. 

Pedro Coelho identifica mais áreas de negócio com potencial de crescimento, como a Impressão Industrial e 3D e o Gaming, e fala da importância do ecossistema. Por exemplo, a HP lançou uma nova certificação, AI MasterClass, que forma os parceiros em IA e no potencial de negócio que apresenta. 

Será um dos grandes desafios para uma liderança que é nova mas um executivo com bagagem na subsidiária. “As funções que desempenhei na HP permitiram-me conhecer as várias áreas de negócio da empresa, os diferentes canais de venda e as operações internas”, referiu. “Espero agora empregar esse conhecimento para assegurar que a HP Portugal continuará, com sucesso, a responder às necessidades de todos os nossos clientes”. 

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