Novo dono do Chelsea é ex-lutador - e bem precisa

Todd Boehly, <em>wrestler</em> de sucesso durante a vida académica, tem dois obstáculos desportivos de peso, Manchester City e Liverpool, como Abramovich teve os seus.
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Roman Abramovich fez do Chelsea, antes dele apenas um bom clube, uma potência desportiva, enfrentando de frente os dois maiores colossos do início do século no futebol inglês, o Manchester United e o Arsenal. Todd Boehly, que investiu 4,25 mil milhões de libras na aquisição do clube londrino ao oligarca luso-russo, enfrenta, 20 anos depois, dois obstáculos desportivos diferentes: Manchester City e Liverpool, ambos um patamar, ou dois, acima dos Blues.

O sétimo norte-americano a comprar um clube da Premier League (Manchester United, Liverpool, Arsenal, Aston Villa, Crystal Palace e Burnley já estavam em mãos estadunidenses) precisa de apelar ao princípio da luta livre - agilidade, perseverança e sagacidade são mais importantes do que força - para cumprir a árdua tarefa.

O nosso milionário-lutador formou-se na Landon School, em Bethesda, Maryland, graduou-se no College of William & Mary, em Williamsburg, Virginia, e estudou na London School of Economics, a meia hora de Stamford Bridge, a casa do Chelsea. Depois, iniciou a carreira financeira no Citibank, no Crédit Suisse e na Guggenheim Partners, antes de fundar a Eldridge Industries, uma holding com interesses nos ramos de imobiliário, de seguros, de tecnologia, de media e de desporto.

Nessa área, o empresário de 49 anos e, segundo a Forbes, 3,6 mil milhões de libras de património comprou o clube de basebol Los Angeles Dodgers, a cujos jogos costuma assistir no camarote com elegantes óculos escuros - de que raramente precisará em Londres.

Boehly agora precisa é de arregaçar as mangas da gabardine com que vai enfrentar a chuva britânica e o poderio de Citizens e Reds, 19 e 16 pontos acima dos Blues na tabela da Premier League, o tal patamar (ou patamares) de que se falava no início, e provavelmente as duas maiores máquinas de jogar futebol do planeta (com a licença do Real Madrid).

Thomas Tuchel, o treinador que viu Pep Guardiola e Jürgen Klopp levarem os seus clubes para uma dimensão superior, já pediu dois centrais, um ala e um atacante para 2022/23. O magnata respondeu-lhe que há verba para gastar. É o primeiro passo mas a força do dinheiro sem agilidade, perseverança e sagacidade não o levará, por si só, ao sucesso nesta luta.

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