O crédito ao consumo em Portugal atingiu os 12.500 milhões de euros em 2021, mas os novos contratos diminuíram em 3,87% para 5.400 milhões de euros, revelou esta quarta-feira a Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC)..De acordo com os dados da federação europeia que representa as instituições financeiras especializadas no crédito ao consumo, da qual a ASFAC faz parte, "os novos contratos para a concessão de crédito ao consumo em Portugal, concedidos pelos [seus] associados abrandaram em 2021 e em algumas rubricas registou-se mesmo um resultado negativo"..Em termos globais, "o total do crédito ao consumo utilizado em Portugal pelos associados da ASFAC no ano passado cifrou-se em 12,5 mil milhões de euros, dos quais 5,4 mil milhões foram novos contratos", refere a associação do setor em comunicado, adiantando que Portugal, Alemanha, Dinamarca e Holanda foram os países onde, globalmente, se verificaram "quedas moderadas" na concessão de novos créditos ao consumo..A nível europeu, os números da federação europeia concluem que no ano passado se verificou uma subida de 12,8% nestes novos créditos, que totalizaram 449 mil milhões de euros..No caso de Portugal, por seu turno, a queda global nos novos contratos para a concessão de crédito ao consumo em 2021 é explicada sobretudo pelo recuo de 7,41% na concessão de novos créditos pessoais, lê-se no comunicado..Já no que toca ao crédito para a aquisição de veículos novos e usados, o desempenho de Portugal "foi positivo", com um total de 2.000 milhões de euros concedidos, mais 2,8% que no ano anterior..No aglomerado, verificou-se um total de crédito utilizado (novos e existentes) de 12,5 mil milhões de euros (5,2 mil milhões de crédito pessoal e 'revolving' (renovável) e 7,3 mil milhões de crédito automóvel)..As estatísticas divulgadas esta quarta-feira mostram que o financiamento para a aquisição de veículos automóveis, com os carros usados a superarem os veículos novos, sendo que nos primeiros se registou uma subida de 14,3% e nos segundos um aumento homólogo de 5,3%..O secretário-geral da ASFAC, Duarte Gomes Pereira, face a à evolução do crédito ao consumo entende que "são necessárias medidas de incentivo e não de estagnação do crédito, sob pena de criar impactos muito negativos e mesmo catastróficos no crédito e consequentemente na economia, no desenvolvimento e no emprego"..Esta tendência "já se verifica", devido aos diversos impactos de "saúde pública, bélicos e de inflação", garante o responsável.