O Verão é sempre um tempo muito especial em que procuramos fazer um ponto de situação das nossas opções e das nossas expectativas para o futuro. O Verão é também muito o tempo do Mar e dos grandes desafios que representa para a nossa sociedade e economia. O mar tem de ser percepcionado cada vez mais como um fator de mobilização da nossa economia e sociedade para um desígnio de excelência, focado na construção de valor e na integração em redes internacionais inteligentes. A agenda estratégica para o mar poderá e deverá ser muito a Agenda de uma Nação voltada para o futuro..Não se pode conceber o desígnio estratégico da competitividade sem atender à dimensão essencial da coesão social, factor central do equilíbrio do desenvolvimento e da justiça entre os diferentes segmentos da sociedade civil. Quando se fala da economia do mar, mais do que relevar a avaliação das condições naturais de aproveitamento desta riqueza que o país tem, o que importa é definir as bases de uma Vantagem Competitiva Estratégica assente no papel dos diferentes actores que se articulam com este recurso estratégico. Desta forma, constroem-se as bases para um futuro sustentado do ponto de vista económico e social..A afirmação duma Vantagem Competitiva do Mar constitui um claro desafio a um compromisso mais do que necessário entre competitividade e coesão social, voltado para os desafios estratégicos que se colocam ao país. Importa, no quadro da evolução global de Habermas, reforçar a identidade dos territórios e das organizações. A força estratégica da história e de marcas centrais, como os oceanos, para a marketização internacional do país é um activo consolidado e, através da viagem ao longo do país, isso aparece-nos reforçado. Trata-se de fazer da Identidade um factor de diferenciação qualitativa estratégica numa rede global que valoriza cada vez mais estes novos activos..No quadro competitivo da Economia do mar, Portugal tem de passar a integrar efectivamente as redes internacionais de excelência e competitividade. Só sobrevive ao desafio global quem souber consolidar mecanismos de sustentabilidade estratégica de valor e aqui os actores do conhecimento no nosso território têm de apresentar dinâmicas de posicionamento. Potenciar uma verdadeira Economia do mar implica dominar o paradigma da informação. Na sociedade aberta do conhecimento, o jogo da Informação é central na consolidação de plataformas de competitividade e na melhoria dos padrões de coesão social..Na Economia do mar, o investimento é a porta do futuro. Não o investimento a qualquer preço. O investimento no conhecimento, nas pessoas, na diferença. Um acto de qualificação positiva, mas de clara universalização. É essa a mensagem da aposta no terreno. Quando se consolida o trabalho de cooperação ao longo do país, envolvendo tudo e todos, está-se claramente a fazer Investimento no futuro do país. A fazer das pessoas verdadeiros actores do conhecimento, capazes de agarrar o complexo desafio das parcerias estratégicas, onde a Economia do mar se assume como um acelerador de mudança. A Nova Agenda do Mar é muito a Nova Agenda da Nação..(Nota: o autor escreve segundo o Antigo Acordo Ortográfico).Francisco Jaime Quesado, Economista e Gestor - Especialista em Inovação e Competitividade