O potencial da IA Generativa na transformação empresarial

O advento da IA Generativa irá redefinir a forma como as empresas irão operar uma vez que tem o potencial de revolucionar os seus modelos de negócio, melhorar
significativamente a eficiência operacional e a produtividade, e aumentar
substancialmente a rentabilidade e os retornos. Este fenómeno poderá significar um impacto similar ao “momento iPhone” para o tecido empresarial e seus setores  em diferentes vertentes.

A influência da IA Generativa é abrangente, remodelando profundamente todas as
facetas do modelo operacional de uma empresa. As suas capacidades vão desde a
revolução das estratégias de vendas e distribuição, permitindo formas mais inteligentes e eficientes de alcançar e envolver os clientes, até à transformação do marketing e da gestão do valor do cliente e do produto, através de uma personalização sem paralelo e de campanhas direcionadas, beneficiando da capacidade de previsão de tendências. A IA Generativa também redefine o serviço ao cliente, oferecendo um apoio mais reativo e intuitivo, enquanto melhora as operações com uma eficiência otimizada. Em termos de entrega tecnológica, facilita a integração perfeita de soluções de ponta, garantindo que as empresas permaneçam na vanguarda da inovação, nomeadamente no desenvolvimento de software e soluções. Este impacto de ponta a ponta posiciona as
empresas não apenas para atender, mas também para superar a procura do mercado moderno, gerando uma vantagem competitiva significativa num panorama empresarial em constante evolução e conduzindo a reduções de custos, a um aumento da eficiência e da produtividade, e a uma força de trabalho mais capacitada.

Apesar do reconhecimento generalizado do seu potencial, e enquanto a tecnologia vai ganhando maturidade de forma assimétrica em diferentes domínios, continua a existir uma lacuna notável na sua experimentação e adoção em escala entre as empresas. Embora a maioria das empresas esteja ciente dos benefícios que oferece, apenas um punhado delas está realmente a mergulhar na experimentação extensiva. Esta hesitação ou adoção lenta pode ser atribuída a vários fatores. Primeiramente, a implementação da IA Generativa em grande escala requer um investimento e esforço económico significativo em tecnologia e infraestruturas, o que pode representar um compromisso financeiro substancial. Em segundo lugar, existe o desafio de desenvolver ou adquirir as competências necessárias entre os trabalhadores para tirar partido desta tecnologia de forma eficaz. A proficiência necessária para integrar e gerir os sistemas de IA Generativa ainda não é comum, e a formação ou contratação para colmatar esta lacuna representa outra camada de investimento e mudança organizacional.

Por último, e talvez o mais importante, são necessárias estruturas de governança
corporativa robustas. A implementação desta tecnologia envolve a navegação em
questões complexas de segurança de dados, privacidade, uso ético da IA e
conformidade regulamentar. Estabelecer essas estruturas é vital, mas pode ser uma
tarefa assustadora para muitas organizações. Consequentemente, embora a
consciência do potencial da IA Generativa seja elevada, a jornada para a sua
implementação em grande escala ainda está na sua infância para a maioria das
empresas, marcada por uma exploração cautelosa em vez de uma adoção ousada e
generalizada.

Para navegar e começar a transformar com sucesso os seus modelos de negócio e
operacionais, as empresas devem sinalizar as áreas em que a IA Generativa pode ter o impacto mais significativo, avaliando as operações atuais para identificar processos que possam ser otimizados e repensá-los para explorar plenamente o seu potencial. É também crucial um investimento adequado na tecnologia e infraestruturas corretas (incluindo a infraestrutura de dados e os recursos informáticos necessários para a suportar), bem como equipar a força de trabalho com as competências necessárias para trabalhar com a IA Generativa, o que implica investir em programas de formação e desenvolvimento para melhorar as competências dos funcionários, assegurando que podem tirar partido das ferramentas de IA de forma eficaz. Além disso, os riscos a ela associados, como a segurança dos dados, a privacidade e as considerações éticas, requerem o desenvolvimento de políticas e procedimentos de governança corporativa
sólidos. Por último, é essencial cultivar uma cultura empresarial que adote a mudança e a inovação. Os colaboradores devem ser encorajados a experimentar soluções de IA e a pensar de forma criativa sobre a forma de as aplicar ao seu trabalho.

A integração da IA Generativa apresenta uma oportunidade transformadora para as
empresas, mas capitalizar este potencial requer uma abordagem estratégica que
envolve a identificação de áreas-chave para a aplicação da IA, o investimento na
tecnologia e nas competências necessárias e a implementação de estruturas de
governação robustas. As empresas que conseguirem seguir estes passos com sucesso estarão bem posicionadas para aproveitar o poder da IA Generativa, conduzindo a uma maior eficiência, inovação e competitividade no mercado. Ignorar esta evolução, por outro lado, pode levar à obsolescência num mundo cada vez mais orientado para a IA.

Managing Director & Senior Partner da BCG em Lisboa