O que é que o colaborador quer?

Salários mais altos, seguros e outros incentivos? Na maioria das vezes - não. Segundo um estudo da Randstad, o que os trabalhadores procuram é bem-estar. E as empresas que o sabem oferecer saem a ganhar.
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A pandemia atirou as empresas e os seus trabalhadores para um sistema, em grande parte, de teletrabalho. O escritório passou a ser casa, enquanto a casa continuou também a ser casa... ou pelo menos, assim se tentou. E de acordo com o Randstad Workmonitor 2021, que dificuldades saíram deste cenário? 62% dos sujeitos presentes a estudo declararam que sentiam falta de interagir com colegas no dia-a-dia, a que se juntam 29% que disseram sentir-se isolados ou sozinhos. Também, entre ambos, 39% referem que manter o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal foi um desafio.

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Com esta conjuntura, a discussão sobre o bem-estar dos trabalhadores ganhou novo fôlego. Isto porque nem todas as estatísticas são más. O mesmo relatório da Randstad diz, por exemplo, que, fruto do apoio que sentiram das empresas durante o tempo de pandemia, 52% dos trabalhadores decidiram ficar com a sua empresa a longo prazo e 28% sentiram-se a trabalhar melhor e serem mais produtivos.

E o que fizeram estas empresas? 30% delas atribuíram incentivos financeiros específicos para trabalho remoto. Mas, mais importante, 28% aplicaram medidas horárias para facilitar o equilíbrio entre horas de trabalho e a vida pessoal e 24% estabeleceram uma série de regras e protocolos claros sobre o que se pretendia para o trabalho quer no local (escritório ou outro) quer remoto. Também outros 24% criaram uma linha de emergência, ou contrataram serviços para isso, que asseguravam a saúde física e mental dos seus trabalhadores.

O bem-estar nas empresas
Em sentido contrário, qual é o grande obstáculo ao bem-estar nas empresas? De acordo com o EU-Startups, a imagem do "colaborador ideal" que construímos é uma das piores. Isto porque esta imagem é assente na ideia de que é esperado que o colaborador dê prioridade ao trabalho face a outros aspetos da sua vida, como a vida pessoal. E isto leva a uma das maiores doenças relacionadas com trabalho deste século: o burnout. Trabalhadores que trabalham muitas horas não são necessariamente trabalhadores felizes e trabalhadores infelizes não são bons trabalhadores.

Assim, a solução passa por tratar as pessoas como isso mesmo - pessoas. Perceber as suas aspirações, que vão para lá do dinheiro, e perceber que o que fazem fora do trabalho se reflete na produtividade delas. A empatia é o grande incentivo do futuro.

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