Onde é que nunca deve usar o cartão de crédito

Famílias recorreram mais ao crédito pessoal, linhas a descoberto e aos cartões de crédito no mês de setembro.
Publicado a

O peso da inflação, que atingiu valores recorde à boleia da guerra na Ucrânia e que agora tem descido lentamente, impacta de forma negativa nas finanças da maioria das famílias. Com isso, aumenta o risco de incumprimento de quem pediu dinheiro emprestado ou atingiu o limite do cartão de crédito para pagar contas.

Para tirar partido das vantagens de ter um cartão de crédito, um dos principais cuidados que deve ter é pagar na totalidade o montante mensal em dívida. Nesta situação, poderá usufruir do crédito que contraiu por um curto período de tempo, não pagando os juros inerentes à sua amortização a mais longo prazo.

O cartão de crédito pode ser um instrumento de gestão financeira importante quando utilizado de forma ponderada. Permite fazer pagamentos de bens e serviços (online ou não) e levantar dinheiro a crédito (cash-advance), que terá de ser reembolsado na data e nas condições acordadas com a instituição emitente do cartão.

A pensar na saúde financeira das famílias, a DS CRÉDITO, que presta um serviço gratuito aos portugueses na área da intermediação do crédito, apresenta algumas sugestões para o ajudar a gerir melhor os gastos com o cartão de crédito.

A verdade é que por esquecimento ou má gestão do orçamento mensal, os cartões de crédito são uma das principais razões para muitas famílias portuguesas estarem sobre-endividadas devido aos atrasos nos pagamentos das mensalidades. Lembre-se que sempre que se atrasa no pagamento da mensalidade, o banco vai cobrar juros e assim começará a sua dívida, sempre em crescente.

Dica: Opte por fazer um planeamento e coloque na sua agenda, ou se preferir, alertas no telemóvel, a data de vencimento de todas as mensalidades e assim não pagará juros extra.

Dividir pagamentos em várias vezes, pagando o mínimo possível, pode ser uma solução. No entanto, lembre-se que para tirar o melhor partido do seu cartão de crédito deve escolher a modalidade de pagamento a 100% quando definir a modalidade de pagamento mensal, assim não terá quaisquer custos com taxas de juros.

Dica: Lembre-se que quanto maior for a percentagem que escolher, menos juros irá pagar.

Além de conseguir encontrar um cartão de crédito sem juros, também é possível não ter anuidade. Pesquise e descubra aquele que se adequa melhor. Se não está a perceber as vantagens e desvantagens de cada um, tem sempre a possibilidade de falar com um intermediário de crédito.

Um cartão de crédito na sua carteira representa um empréstimo. E ninguém gosta de de ter de pedir dinheiro emprestado e só o fazemos em situações muito específicas. Nos cartões de crédito é igual.

Dica: Ter muitos cartões de crédito pode ser o princípio de um sobre-endividamento. Empréstimos acumulados não o vão ajudar a gerir as suas finanças, pelo contrário vão colocá-lo numa situação complicada. Por outro lado, se utiliza o cartão de crédito para as despesas do dia-a-dia, está a cometer um grande erro financeiro. O cartão de crédito deve ser usado para despesas extras que não pode pagar naquele mês, mas que vai pagar o mais rápido possível.

Fez o orçamento familiar e poupou, mas surgiu uma despesa urgente e não tem como pagar.

Dica: O cartão de crédito pode ajudá-lo na hora. Mas lembre-se das dicas que já partilhámos - tente pagar a 100% no mês seguinte. Evite contrair dívidas por causa de uma ação pontual.

Lembre-se que um cartão de crédito não serve para levantar dinheiro, embora permita fazê-lo. No entanto, levantar dinheiro com o cartão de crédito implica pagar juros.

Dica: Evite usar o cartão de crédito no seu dia-a-dia para não ter surpresas ao final de cada mês.

O cartão de crédito é perfeito para quem está a optar por compras online. O cartão de débito nem sempre permite fazê-lo e como tal ter um cartão de crédito pode ser útil. Olhe para o seu orçamento familiar e antes de comprar por impulso, pense se o cartão de crédito é a melhor opção. Caso não seja, opte pelo cartão de débito. Conheça no site do Banco de Portugal a diferença entre todos os cartões bancários.

1. Estabeleça como objetivo liquidar a dívida

O primeiro passo é determinar como objetivo acabar com a dívida e motivar-se para atingir esta meta. Para isso, envolva os membros do seu agregado familiar, uma vez que o esforço deve ser de todos. E depois, tenha sempre em mente que todo o esforço deve ser canalizado para acabar depressa com essa dívida.

2. Calcule o valor da dívida

Pegue no extrato do seu cartão ou cartões de crédito, faça as contas e determine o valor que tem de pagar.

3. Pare de usar o cartão de crédito

Se o seu objetivo é acabar com as dívidas do cartão, não pode aumentá-la com outros gastos no cartão. Por isso, pare de usar o cartão de crédito. Esta regra é essencial: não aumentar a dívida.

4. Analise a sua capacidade financeira

Se tem um pagamento parcial com o valor baixo, veja se o seu orçamento comporta aumentar esta percentagem e pondere amortizar mais. Mas, se não comportar, não se preocupe. Existem mais formas de reduzir a sua dívida.

5. Avalie os seus gastos mensais

Se quer acabar com a dívida do cartão de crédito o mais rápido possível não pode contar só com os pagamentos parciais. Para alcançar o seu objetivo deve fazer pagamentos extra todos os meses. Só assim reduz a dívida que passa para o mês seguinte, e diminui o valor dos juros a pagar.

Assim, faça um levantamento de todos os seus encargos mensais para saber onde está a gastar o seu dinheiro. Desta forma, pode perceber quais são as despesas não essenciais que pode prescindir para ganhar alguma folga orçamental.

6. Evite gastos desnecessários

Assim como não deve usar o seu cartão de crédito, cortar nos gastos que não são essenciais, deve também tentar evitar gastos que possam ser considerados desnecessários.

Sempre que lhe apetecer comprar algo, como uma peça de roupa, ou até jantar fora, tente colocar esse dinheiro de lado.

No supermercado, por exemplo, compare o preço do produto que habitualmente compra, com o mesmo produto de marca branca. Compre o mais barato e amealhe o que poupou. No final do mês, pode ficar surpreso com o montante que juntou. Lembre-se sempre: quanto mais juntar mais depressa paga a sua dívida.

7. Venda o que não precisa

Para cumprir o seu objetivo, pode também arranjar formas de ganhar algum dinheiro extra. Pode, por exemplo, vender peças de roupa ou outros artigos que já não usa. Recorra a sites de produtos em segunda mão para o fazer. Será mais um valor a amealhar.

8. Faça um pagamento extra antes da data

No extrato do seu cartão de crédito tem a indicação de que pode fazer um pagamento extra antes da data pagamento estipulada, não invalidando o pagamento parcial.

Assim, antes dessa data, faça as contas ao montante que já conseguiu poupar e faça uma amortização adicional ao valor em dívida.

9. Esteja atento ao extrato seguinte

No extrato seguinte, vai verificar que a sua dívida já baixou. Esta é uma boa forma de fazer aumentar a sua motivação para continuar este processo.

10. Após liquidação da dívida mantenha os "bons hábitos"

O esforço compensou, certo? Após este processo, percebe que, com alguma organização e disciplina, é possível ter uma vida financeira mais descansada. Por isso, mantenha os bons hábitos financeiros. Aplique o valor na liquidação de outras dívidas e viva sem a pressão das dívidas financeiras.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt