A revista economista, uma das referências globais na área económico financeira, considerou Portugal como “Economia do Ano” em 2025, distinção que posicionou o nosso país como a que mais condições criou em neste ano, dentro das 36 economias mais ricas do mundo com base em indicadores macroeconómicos chave. Esta acabou por ser uma distinção que a juntar a mais alguns desenvolvimentos recentes – excedente orçamental acima do previsto pelo governo, redução significativa do endividamento público e subida consistente dos rendimentos médios líquidos (acima dos 5%) – e abre um ciclo de oportunidades que pode muito favorável para o país. E que pode ser ainda melhorado caso se materializem algumas reformas importantes para a produtividade e competitividade do país.A confiança que este reconhecimento traz, pode trazer oportunidades significativas para Portugal a curto e médio prazo. Desde logo porque o reconhecimento internacional tende a reforçar a confiança dos investidores, potencialmente aumentando os fluxos de capital estrangeiro direto, favorecendo novos negócios, inovação e emprego. Depois, importa dizer que pode ajudar a impulsionar o setor do turismo, a procura imobiliária e o interesse de expatriados e profissionais qualificados, fortalecendo mercados relacionados, e que são importantes para a economia do país. Em terceiro lugar, porque ao destacar-se como uma das economias com melhor desempenho pode abrir portas a cooperações económicas internacionais, reforçar a posição de Portugal na União Europeia e ajudar a atrair talento global — fatores que, em conjunto, podem sustentar um crescimento económico mais resiliente no futuro.É certo que ainda muito está por fazer. Apesar do reconhecimento internacional, Portugal continua a enfrentar desafios económicos estruturais que podem limitar o seu potencial de crescimento a longo prazo. Entre eles destaca-se a baixa produtividade, um problema crónico que resulta de níveis insuficientes de inovação, investimento tecnológico e qualificação em alguns setores.Outro problema que requer atenção a médio prazo está relacionado com o inverno demográfico. O país continua a envelhecer rapidamente e enfrenta dificuldades em atrair e reter mão de obra jovem e qualificada, o que pressiona tanto o sistema de pensões como a disponibilidade de talento para as empresas. Além disso, a elevada dívida pública, embora mais controlada do que no passado, ainda é muito elevada e limita a margem de manobra fiscal e sobretudo torna o país vulnerável a choques externos ou à subida das taxas de juro.Por fim, o plano geopolítico é uma condicionante que sendo relativamente recente, não pode ser ignorada. Portugal terá de navegar um contexto internacional mais incerto nos próximos anos, e que requer uma reflexão importante. Portugal tem de procurar ter uma estratégia própria para além da União Europeia para reforçar relações com regiões como a África lusófona, América Latina e Estados Unidos ou Asia equilibrando interesses económicos com estabilidade diplomática. para manter relevância e segurança num mundo em rápida transformação.