Acredito firmemente que Portugal continua a ter um enorme potencial. Portugal foi recentemente reconhecido pela revista The Economist como a economia com melhor desempenho a nível mundial, destacando o forte crescimento do PIB, a baixa inflação e um mercado bolsista dinâmico. Tenho defendido de forma consistente que Portugal poderia duplicar a dimensão da sua economia se fizesse as escolhas estratégicas certas.Em junho deste ano, participei num evento organizado pelo Business Roundtable Portugal, onde gestores de algumas das maiores empresas do país apresentaram um roteiro concreto para duplicar, de forma sustentável, o PIB per capita ao longo da próxima década. A ambição existe. As ideias existem. A oportunidade é real.Portugal enfrenta, no entanto, desafios estruturais relevantes. O Governo precisa de resolver os problemas no Serviço Nacional de Saúde, no sistema público de educação e continuar a responder ao desafio da habitação acessível, ao mesmo tempo que acelera projetos de infraestrutura críticos, como o novo aeroporto de Lisboa e a ligação ferroviária de alta velocidade a Madrid. A burocracia pode e deve ser ainda mais reduzida, um fator essencial para o crescimento do investimento e da produtividade.Durante décadas, Portugal foi reconhecido como um país aberto e acolhedor para imigrantes e investimento estrangeiro. Como referi na minha TEDx Talk de 2019, a verdadeira razão pela qual Portugal está em destaque são as suas pessoas. Essa abertura é uma das maiores vantagens competitivas do país, uma vantagem que está a ser erodida por narrativas populistas, apesar de os dados mostrarem que os imigrantes, no seu conjunto, contribuem de forma líquida e positiva para a Segurança Social e para a economia real. A força de trabalho imigrante é particularmente essencial nos setores da construção, hotelaria, restauração e agricultura - áreas às quais estamos diretamente expostos através dos nossos negócios imobiliários e turísticos da marca Martinhal. Na nossa experiência, estes profissionais são maioritariamente motivados, trabalhadores e dedicados. A diversidade é hoje uma das maiores forças de qualquer empresa e um claro motor de inovação e competitividade.Sendo eu própria imigrante, acredito firmemente que políticas inteligentes de imigração e investimento são determinantes para o futuro do país. A educação pode ser uma alavanca decisiva: se Portugal quiser atrair talento altamente qualificado, os vistos de estudante devem ser seguidos por percursos claros para estágios e, posteriormente, para vistos de trabalho, permitindo que jovens talentosos permaneçam e contribuam para Portugal.Num contexto geopolítico global cada vez mais instável, Portugal tem uma oportunidade única para consolidar ganhos económicos duradouros e sustentáveis. Que 2026 seja um ano de confiança, ambição e visão estratégica e que muitos mais anos positivos se sigam.Fundadora e CEO do Martinhal Group