Fed: corte e cautela

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A semana foi dominada pela decisão da Fed de cortar a taxa de referência dos EUA em 0,25 pontos percentuais, num movimento já amplamente antecipado, mas ainda assim decisivo para o sentimento de mercado. O banco central sinalizou que o próximo ciclo não será um regresso rápido a juros zero. A mensagem continua a ser de cautela e o banco central deixou claro que os próximos passos dependem da evolução da inflação e dos dados de emprego.

Com o foco em 2026, a Fed reconhece que a inflação está a recuar, mas lembra que a taxa neutra poderá ser mais alta do que no passado. Os investidores terão de conciliar esta realidade com a necessidade de capital das empresas, em particular das tecnológicas ligadas à inteligência artificial.

A reação dos mercados acionistas à decisão da Fed foi equilibrada e o sentimento mantém-se firme. No entanto, as projeções menos acomodatícias para o próximo ano pesaram nos sectores mais voláteis da tecnologia, que vêm de um período prolongado de valorização. Múltiplos elevados tornam-se mais frágeis num contexto de taxas de desconto que descem de forma gradual, e após um ano de 2025 tão forte para o sector tecnológico, os investidores poderão procurar melhores oportunidades noutros segmentos.

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