Em 2026, a economia mundial continuará a enfrentar desafios estruturais e conjunturais que exigem reflexão, ação e cooperação estratégica entre governos, instituições e as empresas. A persistente incerteza geopolítica, o ajustamento das cadeias de valor globais e as tensões comerciais internacionais continuam a ser vetores de risco que afetam o crescimento económico global. O equilíbrio entre políticas monetárias cautelosas e a necessidade de sustentar a atividade económica continuará a ser um desafio central.Com este contexto global, a economia portuguesa, embora resiliente, não está imune aos riscos descendentes que caracterizam o quadro exterior. Apesar da incerteza externa, o Boletim Económico do Banco de Portugal, de dezembro, sinaliza uma revisão ligeiramente em alta das projeções de crescimento para Portugal em 2026, com estimativas de crescimento do PIB de 2,3%, refletindo um ambiente interno relativamente estável. No entanto, os riscos externos, incluindo tensões comerciais, choques nos preços das commodities e alterações nas condições financeiras globais, podem influenciar o dinamismo da procura externa e pressionar ainda mais as exportações portuguesas. É muito preocupante que, em contraste com o desempenho favorável dos últimos anos, as exportações portuguesas de bens tenham perdido quota de mercado - e de forma relativamente generalizada por produto -, quer nos mercados da União Europeia quer fora da União Europeia.A competitividade das empresas portuguesas é um fator determinante para enfrentar todos estes riscos e aproveitar as oportunidades que se perfilam em 2026. A acelerada transformação tecnológica, as exigências ao nível da sustentabilidade ou, ainda, as novas expectativas dos consumidores, obrigam as empresas a repensar as suas prioridades, as suas formas de competir e de criar valor.Portugal precisa de reforçar a sua intensidade exportadora, promover a inovação e melhorar o clima de investimento, com políticas que eliminem a burocracia, simplifiquem o quadro regulamentar e melhorem o sistema fiscal, tornando a economia mais atrativa.Presidente da AEP - Associação Empresarial de Portugal