Passado, Presente e Futuro
O que é que dá sentido ao passado que tivemos e que nem sempre conseguimos referenciar da melhor forma? Serão os bons ou os maus momentos por que passámos? António Damásio, numa sessão muito desafiante que tivemos neste nosso percurso comum de partilha, destacava numa belíssima intervenção que temos que saber fazer a síntese inteligente entre o que de melhor conseguimos fazer – e que nos permitiu ser o que somos – mas nunca esquecer a outa dimensão do que correu menos bem, pois ela é – e será sempre – a base para o nosso processo de construção da ambição que queremos para o Futuro.
A identidade que marca a nossa forma de ser e de estar tem muito a ver com a forma como somos capazes de interpretar o sentido do nosso passado – há uma ligação muito especial entre este triângulo virtuoso ( família, comunidade, escola) em que se alicerça em grande medida o nosso percurso de afirmação e consolidação progressiva em sociedade. Como muito bem refere o reputado autor Adam Grant, temos que ser capazes de ultrapassar os nossos medos e de reforçar a nossa narrativa de vitória em relação às batalhas com que somos confrontados com periodicidade. O sentido do passado é muito o sentido da nossa opção de vida em comunidade, no contexto que soubermos adaptar ao nosso objetivo de construção do Futuro.
Viver o momento do presente é em larga medida estruturar as bases para que o futuro possa estar de acordo com as nossas expectativas. Depois dos tempos imprevisíveis da pandemia, onde fomos confrontados com um grau de imprevisibilidade sobre o que poderia acontecer e em que fomos obrigados a montar novos mecanismos de autogestão e de também vivência em sociedade, o contexto e o conceito do nosso presente acabou por se alterar em grande medida. Passámos a ser confrontados com o imperativo de alterar muitos dos hábitos que trazíamos desde o nosso passado e a ter que encontrar novas pistas para desafios com que fomos sendo confrontados, Passámos de facto a ter que dar um novo sentido à nossa rotina, não a eliminando mas sabendo de facto organizá-la num quadro mental que mesmo podendo em muitos casos parecer ser igual passou de facto a ser diferente.
O exercício da forma como vivemos o momento do nosso presente é de facto um desafio permanente. Um tempo em que temos que saber tomar as decisões que são mais adequadas mas também em que temos que ter a capacidade de ter tempo para pensar no Futuro que pensamos e queremos vir a ter. Como Elon Musk nos faz muita vezes pensar, o presente só faz sentido se dentro da gestão da sua simplicidade for dada oportunidade à nossa capacidade de fazer da inovação e criatividade a base para a criação de um valor que seja de facto partilhado pela comunidade e pelos seus membros.