Os Barça Studios salvaram o futebol do Barça

Gigante catalão trocou braço audiovisual por equipa competitiva, com Lewandowski, Raphinha e outras estrelas. Para garantir o hoje, comprometeu o amanhã?
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O Barcelona ser protagonista do mercado de transferências não é novidade - o que é novo é conseguir sê-lo sem um euro no bolso.

O mesmo clube que contratou Robert Lewandowski, há dois anos seguidos considerado o melhor jogador do mundo ao serviço do poderoso e economicamente saudável Bayern, o internacional francês Jules Koundé ao Sevilla, e o craque brasileiro Raphinha ao Leeds United, num total de 158 milhões de euros, e ainda namora o português Bernardo Silva, do Manchester City, avaliado em 80 milhões, estava até há dias na penúria.

No entanto, salvou-se à última hora, qual Houdini, das amarras do fair play financeiro e dos departamentos de compliance por um lado, e da pura e simples falta de dinheiro, por outro, recorrendo a expedientes comuns e incomuns.

O comum, por ser utilizado em todos os pontos do globo por clubes desesperados por dinheiro, foi vender por antecipação uma percentagem dos direitos das transmissões televisivas de La Liga ao fundo de investimentos norte-americano Silver Street num total de 500 milhões de dólares.

O incomum parece quase um negócio hollywoodesco: o Barça vendeu 49% da Barça Studios por mais de 200 milhões de dólares às empresas Orpheus Media e Socios.com.

A Barça Studios é o nome do braço audiovisual do gigante catalão que controla, hoje em dia, o canal Barça TV, a plataforma de streaming Barça TV+ e as redes sociais do clube. Mas o que a Orpheus e a Socios buscam é o amanhã - serviços no metaverso, Fan Tokens, NFTs, play to earn games, jogos em que se pode ganhar dinheiro em criptomoedas, e todo o mundo novo da Web 3.0, que substituirá a Web 2.0 a prazo e poderá criar uma comunidade entre os cerca de 400 milhões de fãs do Barça à escala global.

Para oferecer ao treinador Xavi uma equipa competitiva em Espanha e na Europa, com as joias Lewandowski, Koundé, Raphinha e talvez Bernardo Silva, o Barça vendeu os anéis. Os futuros desportivo e económico dirão se foi bom ou mau negócio.

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