Os Desafios da Floresta

Os Desafios da Floresta
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São muitos os desafios que se colocam na área da gestão da floresta. As indústrias de base florestal (pinheiro, eucalipto e sobreiro) representam já hoje um dos desafios mais acabados de reinvenção da Economia Nacional, tendo para esse efeito sido constituído o respectivo Pólo de Competitividade e Tecnologia, que envolve os diferentes actores deste vasto sector. Reinventar a Fileira Florestal é assim em grande medida dar um sinal positivo de confiança no futuro.

As indústrias de base florestal (traduzidas pelas indústrias de cortiça, pasta e papel e madeira e mobiliário) atravessam um processo de profunda renovação, directamente apoiado no aumento da cooperação entre empresas, organizações, universidades e entidades públicas, com vista ao aumento do respectivo volume de negócios, das exportações e do emprego qualificado. Mais globalmente, e tendo por base os principios da Cadeia de Valor de Michael Porter, definiu-se de forma clara um objectivo de tornar os produtos e serviços associados à fileira florestal globalmente mais competitivos e com uma forte de inovação aberta em constante processos de consolidação activa.

A Reinvenção da Fileira Florestal é um processo activo que assenta muito na capacidade de criar Valor a partir de Novos Projectos Estratégicos. De destacar, neste contexto, a sequenciação dos genomas do sobreiro e do pinheiro, a melhoria do material genético para a renovação da floresta portuguesa e redução dos factores de risco biótico e abiótico (tratamento e selecção de sementes), a criação de um “Carbon Footprint Label” (um rótulo com a pegada do carbono) para os produtos de base florestal, a criação de um Observatório dos Recursos Florestais destinado a fornecer à indústria e aos principais stakeholders (influenciadores / beneficiários) da fileira florestal informação sobre o balanço das disponibilidades dos recursos florestais.

A intensificação do esforço de comunicação, a nível internacional, divulgando as vantagens dos produtos florestais e procurando tirar vantagens competitivas desse esforço de divulgação é também um instrumento importante para a dinamização das Competências de uma Nova Economia. Neste contexto, a qualificação dos Recursos Humanos ligados às diferentes Indústrias da Fileira constitui-se também como outro passo fundamental para a renovação da Cadeia de Valor da Fileira, fazendo da Inovação e Criatividade os verdadeiros “drivers” de mudança estratégica competitiva de um dos mais importantes Sectores Estratégicos da Economia Nacional..

O sucesso da Reinvenção da Fileira Florestal é fundamental para o futuro do País. É um objectivo que não se concretiza meramente por decreto. É fundamental que os diferentes actores agarrem de forma convicta este desígnio e faça da criação desta Nova Fileira Florestal uma das verdadeiras apostas estratégicas colectivas para os próximos anos. O que está verdadeiramente em causa em tudo isto é a assumpção por parte da Economia Nacional dum verdadeiro desígnio estratégico de alterar o modelo mais recente de evolução de desenvolvimento e de se concentrar na consolidação de Valor, Inovação e Competitividade.

Francisco Jaime Quesado, Economista e Gestor – Especialista em Inovação e Competitividade

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