O valor desembolsado a favor de beneficiários finais do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) representa neste momento 4% do pacote de 16,6 mil milhões de euros, com o país perto de aprovar um terço da distribuição prevista dos fundos da chamada bazuca europeia..O balanço foi feito nesta quinta-feira por Tomás Fidélis, responsável pela monitorização, avaliação e estratégia da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, numa conferência promovida para assinalar um ano desde a aprovação do plano português pelas instituições europeias.."Os montantes já pagos a estes beneficiários diretos e beneficiários finais estão agora nos 4%, a caminho dos 5%", afirmou o responsável relativamente aos últimos dados de execução do PRR..A percentagem corresponde a 719 milhões pagos, com perto de dois terços das verbas distribuídas até aqui a escolas e empresas públicas. Segundo os últimos dados, as famílias receberam até aqui 51 milhões de euros e as empresas outros quatro milhões de euros. As instituições da economia social receberam 300 mil euros e as entidades do sistema científico 100 mil euros. O ensino superior recebeu também 22 milhões de euros..De resto, há até aqui 211 milhões entregues às escolas, 35 milhões entregues a autarquias e áreas metropolitanas, 179 milhões pagos a entidades públicas e 217 milhões a empresas públicas..A defender o ritmo de execução português, o responsável pela monitorização avançou entretanto que o país está perto de, não pagar, mas consignar 32% do atual pacote global do PRR, correspondendo a 5,3 mil milhões de euros.."Os montantes já aprovados a beneficiários diretos e finais irão nos próximos dias atingir um terço da dotação do PRR, o que é um marco financeiro da implementação que tem sido feita por Portugal", indicou..O balanço de execução dá também conta de 165 avisos de concurso lançados, correspondendo a intenções de disponibilização de 54% das verbas totais.."O plano foi aprovado há menos de um ano e a velocidade de seleção e a velocidade de execução não poderiam nunca ser utilizadas sacrificando a escolha criteriosa e transparentes dos melhores projetos. Não queremos só os projetos mais rápidos, queremos os melhores projetos", defendeu Tomás Fidélis..Até aqui, Portugal recebeu 3,6 mil milhões de euros da Comissão Europeia, relativos a montantes entregues inicialmente em pré-financiamento e ao pagamento de uma primeira tranche das verbas totais após uma primeira avaliação à execução portuguesa. Para esse primeiro pagamento, Portugal teve de comprovar a execução de 38 marcos e metas com as quais se comprometeu. Entre estas, estiveram, por exemplo, o apetrechamento digital das escolas e a criação de um fundo de capitalização de empresas no seio do Banco Português de Fomento..Já para o terceiro trimestre deste ano, Portugal tem a comprovar a conclusão de 20 novos marcos e metas para receber um segundo pagamento de 1,8 mil milhões de euros, processo que correrá no terceiro trimestre. Entre estes, estará a entrada em vigor de um novo modelo de gestão da saúde, mas também reformas como a aprovação de alterações ao Código do Trabalho e a revisão do acesso às profissões reguladas, ambas medidas e em discussão no parlamento..Para o próximo mês, entretanto, o governo aprovará um novo regime para licenciamentos e redução da carga administrativa em Conselho de Ministros, segundo adiantou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, na abertura da sessão. Esta é uma medida, defendeu, com "prioridade particular", para que sejam concluídos os investimentos previstos no próprio PRR.