Várias clientes da TAP têm recusado embarcar em aviões alugados de outras companhias aéreas. Só esta segunda-feira, 14 passageiros da classe executiva não quiseram viajar de Lisboa para Rio de Janeiro, Brasil, num avião da companhia portuguesa Hi Fly, antiga Air Luxor, alegando que o conforto em primeira classe é inferior ao dos aviões da TAP, apurou o Dinheiro Vivo.
A CEO da TAP, Christine Ourmieres-Widener, tem consciência de que vários "clientes podem ficar desapontados", mas sublinha que "os passageiros são sempre informados antes de viajar", afirmou esta terça-feira, no final da conferência de imprensa de apresentação dos resultados do primeiro semestre da companhia. Ourmieres-Widener admitiu que a TAP celebrou um contrato com a Hi Fly em regime de ACMI (aluguer de aviões, incluindo os pilotos, tripulação, manutenção e seguros) para fazer face "a um pico da procura", mas também porque "tem havido atrasos na entrega dos aviões Embraer". "Trata-se de uma prática tradicional da indústria", remata.
Em resposta ao Dinheiro Vivo, o gabinete de comunicação da TAP esclarece que, neste momento, estão atrasadas as entregas de cinco aviões Embraer para a Portugália, quatro dos quais estão em processo de phase-in, em Lisboa. "Até ao fim de agosto a Portugália terá 15 aviões Embraer em operação, em setembro serão 16 e, no final de outubro, 18 aeronaves. O último dos 19 Embraer entrará na linha em novembro", acrescenta a companhia aérea.
Em julho, a TAP já tinha admitido uma situação de disrupção com 40% dos voos com atraso. Para mitigar os impactos negativos, a companhia decidiu então celebrar um contrato com a Hi Fly em regime de ACMI por um prazo de um mês para operar nas rotas de Punta Cana, Varsóvia e Viena.
(Notícia atualizada às 19h24)