Ao mesmo tempo, a OPEP destacou a solidez da economia global, que prevê que cresça 3% este ano e 3,1% no próximo."A economia mundial manteve a trajetória de crescimento estável, apoiada pelo forte impulso observado no primeiro semestre de 2025, afirma a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no relatório mensal divulgado em Viena.De acordo com os cálculos do grupo, o consumo mundial de petróleo bruto ficará numa média de 105,14 milhões de barris por dia em 2025 e 106,52 milhões de barris por dia em 2026, os mesmos números das suas estimativas de agosto.O consumo de petróleo nos países industrializados da OCDE crescerá cerca de 0,1 milhões de barris por dia em 2025 e 0,2 milhões de barris por dia em 2026, enquanto nas economias emergentes — com a China, a Índia e o resto da Ásia à frente — o aumento ultrapassará 1,1 milhões de barris por dia em 2025 e 1,2 milhões de barris por dia no ano seguinte.No plano económico, a OPEP também manteve inalteradas as suas projeções: os EUA crescerão 1,8% em 2025 e 2,1% em 2026; a zona euro, 1,2% em ambos os anos; o Japão, cerca de 1%; a China, 4,8% e 4,5%; e a Índia liderará com 6,5% em cada exercício.A organização indicou ainda que a oferta de petróleo de países fora da aliança OPEP+ aumentará 0,8 milhões de barris por dia em 2025 e 0,6 milhões de barris por dia em 2026, com os Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina como principais responsáveis.A OPEP mantém assim, no seu relatório mensal, a sua visão otimista sobre a evolução do mercado mundial do "ouro negro", com a qual defendeu os aumentos de produção que tem vindo a aplicar desde abril para reverter os cortes voluntários que adotou em 2023.No domingo passado, a aliança OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, selou um novo aumento da produção de petróleo bruto para outubro, de 137.000 barris por dia, um aumento menor do que o aplicado nos meses anteriores.Este será o sétimo aumento desde abril, quando aumentaram a produção em 137.000 barris por dia barris por dia, depois surpreenderam ao triplicar o aumento mensal (até 411.000 barris por dia) em maio, junho e julho, para voltar a acelerá-lo em agosto e setembro (548.000 barris por dia).No entanto, o aumento real nos últimos meses foi menor do que o acordado. Em agosto, os 22 países da aliança produziram juntos 42,4 milhões de barris por dia - cerca de 40% da produção mundial de petróleo bruto -, mais 509.000 barris por dia do que em julho, de acordo com estimativas de “fontes secundárias”, ou seja, de institutos independentes publicados no relatório.A visão da OPEP contrasta com a da Agência Internacional de Energia (AIE), que alerta que, após o recorde de produção alcançado em agosto e o novo aumento da oferta decidido pela OPEP para outubro, o crescimento previsto das reservas é "insustentável".No seu relatório mensal também publicado esta quinta-feira, 11 de setembro, a AIE calcula que, no segundo semestre, as reservas mundiais aumentarão em média 2,5 milhões de barris por dia, uma vez que a oferta excede amplamente a procura.