Plataforma de beleza sheerMe vai para a América Latina e sul da Europa com a L'Oréal

Sucesso no Brasil da parceria entre a plataforma portuguesa para agregar a marcação e o pagamento de serviços de beleza e a L'Oréal catapulta sheerMe para Espanha, Argentina e México. Faturação cresceu 600% este ano e poderá bisar no próximo.
Os fundadores da sheerMe, Miguel Alves Ribeiro (ao centro), Karly Alves Ribeiro e Shakil Satar
Os fundadores da sheerMe, Miguel Alves Ribeiro (ao centro), Karly Alves Ribeiro e Shakil Satar
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O sucesso da parceria entre a sheerMe, que oferece uma plataforma para agregar a marcação e o pagamento de serviços de beleza, bem-estar e fitness, e a L'Oréal no Brasil vai levar a startup portuguesa liderada por Miguel Alves Ribeiro a estender-se à América Latina e ao sul da Europa. Depois de terminado o projeto piloto em terras brasileiras, esta semana foi apresentada à equipa comercial da L'Oréal a nova plataforma gratuita para os profissionais de salões de beleza, o SAL(ON). Até ao final deste ano, o objetivo é agregar cerca de 400 clientes no Brasil. Ainda este ano, a L'Oréal deve estrear também o SAL(ON) em Portugal e seguem-se Espanha, Argentina e México, no início do próximo.

No nosso país, através da plataforma sheerMe Pro, dirigida a comerciantes e a profissionais independentemente das áreas de beleza, fitness e wellness, a startup faz mais de 12 mil marcações por mês. A parceria com a L’Oréal vai permitir fazer escalar rapidamente o negócio e internacionalizar, uma vez que os proprietários de salões de beleza e profissionais do setor parceiros da multinacional cosmética francesa vão poder utilizar em exclusivo o SAL(ON). Para estas empresas é um passo importante na transição digital e para a sheerMe corresponderá a um salto no número de clientes e na faturação.

O valor total da receita gerada a partir das vendas da plataforma deverá ser este ano de 6,5 milhões de euros – segundo Miguel Alves Ribeiro –, o que representa um crescimento superior a 600% face ao ano passado. E é este o aumento que querem replicar em 2025. Com 55 trabalhadores em Portugal, Espanha e Brasil, a sheerMe está também a recrutar para acompanhar esta fase de crescimento da startup na área da beleza e bem-estar com sede em frente ao mar, em Paço De Arcos. Outra novidade ainda prevista para este ano é uma possível ronda de financiamento – metade já está fechada, mas o CEO da sheerMe prefere não adiantar valores –, que irá somar aos cinco milhões captados até agora.

A primeira startup que Miguel Alves Ribeiro ajudou a criar foi em 2009 a Best Tables. Quatro anos depois venderam ao TripAdvisor e é hoje o The Fork. A seguir juntou-se na índia à equipa fundadora da plataforma de pesquisa de restaurantes Zomato e trouxe-a para Portugal para, a partir daqui, ajudar a internacionalizar. Quando a Zomato entrou em bolsa em 2021, Miguel saiu juntamente com Shakil Satar para fundarem a sheerMe. Com tudo o que já tinham aprendido em mais de uma década na transformação digital da restauração, seguiu-se o setor da beleza e bem-estar.

O mercado não tinha soluções tecnológicas disponíveis. “Se quero um táxi na rua, tenho no top of mind uma app que é a Uber. Se quiser comida em casa, tenho no top of mind a app da Zomato, a Uber Eats ou a Glovo. Se quiser um hotel, tenho o Booking.com. Mas se quiser um salão de beleza, um barbeiro, um spa ou qualquer outra coisa para cuidar de mim, não tenho uma app no top of mind”, explica ao Dinheiro Vivo Miguel Alves Ribeiro. “Começámos a escavar o mercado e a entender que toda a oferta que existia eram softwares as a service.” Ou seja, era exatamente o mesmo cenário que existia na restauração em 2009, em tudo era muito analógico e estes softwares permitiam apenas gerir o negócio, mas não captam novos clientes, nem gerem a relação com eles. Nos salões de beleza era igual: marcações em papel e caneta – não havia a possibilidade de fazer uma marcação através de uma app. “Então nós decidimos criar esta plataforma de nova geração (NextGen) que une consumidores aos comerciantes”, explica.

Foram estas vantagens que despertaram a atenção da L'Oréal quando foi à procura de uma empresa para ajudar na digitalização dos seus parceiros. A sheerMe não só vai disponibilizar as marcações nos salões, como terá também em breve um serviço de venda dos produtos da marca. “Vamos arrancar agora em novembro com o e-shop da sheerMe, que no fundo é, através da Inteligência Artificial, recomendação para comprar logo o shampoo, amaciador, a máscara, seja o que for. E os clientes ganham sempre cashback cada vez que o fazem. Quando chegam ao salão têm lá o saquinho para ser levantado. Vamos depois evoluir para uma entrega, mas o primeiro passo agora é tornar qualquer comerciante num vendedor online também”, explica Miguel Alves Ribeiro.

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