Os primeiros meses do ano trouxeram ao de cima as correções mais acentuadas e o nervosismo junto dos investidores. Os mercados acionistas dos EUA registaram a primeira queda, em termos trimestrais, em mais de dois anos, com os receios de uma guerra de tarifas comerciais a nível global. O resto do mundo foi atrás.
Uma das perguntas que se impõem é se este regresso da volatilidade implica o fim do chamado bull market, ou seja, do ciclo de fortes valorizações? E, se é o fim da festa, os investidores ainda vão a tempo de se posicionar no mercado? Neste momento não parece existir razões sólidas para sair dos ativos de risco, e a recente correção não é mais do que uma alteração do padrão, para um ciclo mais tradicional de valorizações.
Não existe evidências de que os mercados acionistas estejam para entrar numa fase de bear market, desde logo pelo facto de vivermos com expectativas de crescimento económico global robusto. É um facto que os receios relacionados com maior protecionismo e uma eventual escalada da guerra comercial entre EUA e China aumentaram, e com isso veio maior volatilidade ao mercado. Mas é pouco provável que se registe uma recessão nos próximos trimestres.
O que parece existir de facto é um período de normalização monetária e que permite aos investidores capitalizar melhor as oportunidades dentro dos mercados de risco. Para o investidor, pode ser claramente maior o risco de ficar de fora, e a história dos últimos anos tem demonstrado isso mesmo.
A história recente demonstra que existe ainda uma relutância latente e óbvia, sobretudo por parte dos não institucionais, na tomada de posições de risco. Apesar das acentuadas valorizações nos mercados de ações nos últimos anos, este tem sido um ciclo complicado para muitos, que ficaram de pé atrás perante todas as oportunidades de entrada (correções de mercado) que foram surgindo nos últimos anos, mas que vinham sempre associadas a possíveis eventos apocalípticos - desmembramento da UE e fim do euro, um efeito de hard landing na China, etc.
A verdade é que ou existe uma alteração significativa da conjuntura económica global nos próximos meses ou então estaremos mesmo perante uma oportunidade que deve ser capitalizada.
Managing Partner DIF Capital