Em oito meses o Portal da Queixa já registou mais de 200 queixas dirigidas ao Ministério da Educação (ME). Dificuldades em aceder aos vouchers e alunos sem vagas nas escolas eleitas são as principais queixas de centenas de pais e encarregados de educação.
Das 208 reclamações que o Portal da Queixa recebeu, desde o início de janeiro e até 16 de agosto, 63 dizem respeito ao Portal das Matrículas e 42 são referentes à plataforma MEGA - Manuais Escolares. No que à plataforma diz respeito, e só entre julho e agosto, existiu um aumento de 20% nas queixas registadas, em comparação com o período homólogo.
Os problemas com a atribuição e/ou validação dos vouchers encabeçam a tabela das queixas com 41%, seguidos de problemas de acesso à plataforma ou validação dos dados para obtenção dos vouchers, com 37%. Por seu turno, 17% de pais e encarregados de educação que pedem suporte ao utilizador, apoio e assistência técnica, referem dificuldades.
Existem mesmo consumidores que dizem ter conseguido efetuar o registo na plataforma MEGAmas não receberam a validação dos vouchers. Ou quem tenha recebido os vouchers que depois acabaram por ser anulados.
Como refere o Portal da Queixa, "pais e encarregados de educação deparam-se ainda com a impossibilidade de contacto para esclarecimentos e resolução dos seus problemas".
Por seu turno, o Portal das Matrículas recolhe 38% das reclamações, onde a queixa primária é a falta de vaga para os alunos. O Portal da Queixa destaca a reclamação de Nuno Santos, que depois de inscrever o filho em duas escolas do pré-escolar, não conseguiu vaga em nenhuma.
A taxa de resposta do Ministério da Educação - no Portal de Queixa - é de 58,3% e taxa de solução do problema de 47,3%, "deixando os consumidores, na maioria das vezes, sem qualquer tipo de resposta", reforça aquele organismo, adiantando que o Índice de Satisfação do ME está pontuado em 48.6 (em 100).
Por também dirigirem uma plataforma digital, os responsáveis pelo Portal da Queixa dizem compreender as dificuldades dos canais digitais do Estado. No entanto, e como refere o fundador do portal, Pedro Lourenço, "sabemos também que é possível a execução da mesma com a eficácia e sucesso expectáveis.". O responsável sublinha que "infelizmente, todos os anos, temos vindo a receber relatos de experiências negativas na utilização dos diversos canais digitais do Estado, através dos milhares de reclamações que recebemos dos cidadãos portugueses".