Portugal é um dos cinco países europeus que está na mira dos investidores em logística. O setor está em expansão, muito impulsionado pelo crescimento do comércio eletrónico. A escassez de ativos é o maior obstáculo ao crescimento.
Segundo um estudo da consultora Savills, França, Alemanha, Espanha, Itália e Portugal são os mercados que estão no topo das preferências das empresas que querem aumentar a sua capacidade de armazenamento na Europa.
A pandemia impulsionou um aumento da dinâmica de procura desta classe de ativos imobiliários, devido à reconfiguração das necessidades de armazenamento originadas pelos confinamentos e pelo consequente crescimento do e-commerce.
No entanto, há algumas nuvens no horizonte. Segundo o estudo, os operadores consideram que os obstáculos levantados pelo combate à pandemia e as incertezas quanto ao futuro vieram condicionar a disponibilidade dos consumidores para efetuar despesas.
A Savills revela ainda que cerca de 95% dos operadores logísticos preveem necessitar de mais ou do mesmo espaço de armazenamento ao longo dos próximos três anos e 47% afirma que é muito provável que venha a expandir a sua capacidade de armazenamento.
Os operadores 3PL (empresas que tratam da logística para terceiros) são os que apresentam as intenções mais fortes de expansão dos seus armazéns, seguidos dos retalhistas e da manufatura. De acordo com o relatório, 36% dos ocupantes deverão expandir as suas instalações logísticas em mais de 40 mil metros quadrados (m2), e 44% entre os 10 mil e os 40 mil m2.
Em pipeline, Portugal contabiliza projetos de mais de 400 mil metros quadrados a desenvolver nos próximos anos. Esta carteira, é "a prova da entrada numa nova fase determinante" do mercado imobiliário logístico nacional, considera a Savills em comunicado enviado às redações.
Pedro Figueiras, Associate Director de Industrial & Logistics da Savills Portugal, antevê para este ano "a continuação da tendência de maior necessidade de área Logística e Industrial, ao mesmo tempo que deverão ser anunciados vários novos projetos por parte dos promotores logísticos".
Contudo, diz, "a pressão de escassez de área de logística dever-se-á manter, dado que só é expectável que estes projetos se concluam em meados de 2023 e 2024".