A Medicare, empresa portuguesa dedicada a planos de saúde, vai investir "entre 1,5 e 2,5 milhões de euros" para iniciar atividade, já no segundo semestre deste ano, no Brasil. Segundo o CEO, David Legrant, as metrópoles de S. Paulo e Rio de Janeiro serão a porta de entrada da portuguesa num mercado que estima valer "três a quatro vezes o português".
Nascida há uma década, num contexto em que "só existiam seguros de saúde em Portugal", com um modelo de negócio "inovador" que propunha descontos numa rede que chega, atualmente, a 17500 prestadores de saúde em todo o país e ilhas, mediante uma mensalidade a pagar pelo utente, a Medicare faturou mais de 25 milhões de euros em 2017 (22 milhões em 2016) com 1,2 milhões de clientes. "Hoje estamos com 1,3 milhões de clientes em Portugal. É um mercado muito pequeno, mas estamos empenhados em inovar e criar produtos alternativos, acreditamos que a qualidade de serviço é o futuro e vamos manter o ritmo de crescimento", analisou David Legrant.
Desde o início deste ano, os planos de saúde Medicare estão também disponíveis em Angola. "Temos o Anselmo Ralph a promover a Medicare em Angola. O cliente compra o plano e vem receber os cuidados a Portugal. O resultado tem estado muito acima das nossas expetativas", desvendou.
Em Espanha, onde a empresa está presente desde 2014, o número de clientes não é tão expressivo e chega apenas a cerca de 35 mil. "A concorrência, em Espanha, está no mercado segurador. E o serviço nacional de saúde é bom, portanto o cliente final não tem tanta necessidade de ter um plano de saúde", explicou o CEO da Medicare, que tem planos para aplicar na América Latina algo semelhante ao que está a ser feito com Angola. "As pessoas podem adquirir o plano para virem ser tratadas em Espanha", adiantou. Porém, tal projeto ainda está em estudo e ficará para "fase posterior à entrada no Brasil", cuja preparação se iniciou já há dois anos.
"Já tomámos a decisão de investir no Brasil em 2016. No ano passado, estudámos o mercado para entrar bem e no momento certo, com as parcerias certas. Neste caso, é através do acordo com uma seguradora que vamos entrar no Brasil", explicou, sublinhando que "a Medicare tem crescido depressa, mas de forma sustentada". A empresa possui 190 trabalhadores em Portugal.