A percentagem de famílias portuguesas com acesso à internet, através de banda larga, já cresceu 2,4 pontos percentuais em 2021, para 84,1%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira. O gabinete de estatística nacional aponta que uma das principais consequências deste crescimento resultou no aumento de utilizadores de e-commerce (comércio eletrónico), sobretudo entre as mulheres.."Em 2021 mantém-se o crescimento da proporção de utilizadores do comércio eletrónico, mais 5,2 pontos percentuais do que em 2020", lê-se nas conclusões do "inquérito à utilização de tecnologias da informação e da comunicação pelas famílias em 2021". Desta forma, em 2021, 40,4% das pessoas dos 16 aos 74 anos de idade realizaram compras através da internet -uma percentagem que dispara "consideravelmente" para os 51,6% se for tida "em consideração os 12 meses anteriores à entrevista".."A taxa de utilização do comércio eletrónico aumentou principalmente no caso das mulheres", sublinha o INE, apontando um crescimento de 8,8 pontos percentuais. "Uma proporção significativamente superior (43,2%) à dos homens (37,4%)", realça o gabinete de estatística..Ainda sobre o perfil do consumidor do e-commerce, o grupo etário dos 25 aos 34 anos representa 73,8% do total dos utilizadores, 67,9% dos utilizadores têm o ensino superior e 58,8% são estudantes. "Considerando as classes de rendimento, é relevante a assimetria entre as taxas de penetração" a população com rendimentos mais baixos representa 20% dos utilizadores do comércio eletrónio, enquanto 20% da população com rendimentos mais elevados representa 59,6% dos compradores online..Quanto aos valores das compras. De 2020 para 2021 assistiu-se a uma diminuição nos valores despendidos, "com a diminuição dos grupos de utilizadores que gastaram 100 euros ou mais". Só 36,7% dos utilizadores gasta entre 100 a 499 euros.."Ainda assim, o padrão das compras pela internet registado em 2021 está longe do existente em 2019, quando mais de metade dos utilizadores de internet realizavam uma ou duas encomendas e 37,5% gastavam menos de 50 euros", lê-se..O padrão dos produtos ou serviços encomendados é "semelhante" ao de 2020, Continua a predominar a procura dos utilizadores do comércio eletrónico por "roupa, calçado e acessórios de moda (69,0% em 2021 e 60,4% em 2020), refeições em takeaway ou entrega ao domicílio (46,0% em 2021 e 38,2% em 2020) e filmes, séries ou programas de desporto (34,9% em 2021 e 34,3% em 2020)"..Todavia, a quantidade de encomendas realizadas face a 2020 caíram "ligeiramente". Na comparação homóloga, a percentagem de utilizadores que realizaram mais de dez e os que realizaram entre seis a dez encomendas deslizou 0,3 e 1,8 pontos percentuais, respetivamente..A maioria dos utilizadores (46,6%) encontra-se na Área Metropolitana de Lisboa. E no Alentejo e Algarve registam-se pela primeira vez "percentagens de utilizadores ligeiramente superiores à média nacional". O Centro continua, tal como em 2020, a registar uma taxa muito próxima da referência nacional, com 39,8% de utilizadores de comércio eletrónico..A proporção de utilizadores do comércio eletrónico em Portugal continua, não obstante, a ser "significativamente inferior à média da União Europeia [UE]". Em 2020, 54% da população da UE efetuava compras online, salienta o INE.