Portugueses ficaram com 187 milhões de euros em notas de escudo que já não vão poder trocar

Primeira campanha de troca foi em 2006 e a última aconteceu em fevereiro deste ano. Público ainda conseguiu trocar mais de 159 milhões de euros.
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Os residentes em Portugal ficaram com 186,9 milhões de euros em notas de escudos que já não vão poder trocar, revelou o Banco de Portugal (BdP), esta quarta-feira.

E em 2022, terminou a última campanha de trocas, na qual não foram submetidas ao banco central notas de escudos num valor equivalente a 94 milhões de euros.

Este montante é classificado como receita extraordinária do Banco de Portugal e, por conseguinte, dará um bom contributo para o resultado líquido anual do Banco neste ano 2022, o qual 80% reverterá a favor do Estado, com reflexo previsível nas contas públicas de 2023.

O balanço final da grande campanha plurianual de troca de escudos por euros, que arrancou em 2006, quatro anos depois da entrada em circulação do euro, em 2002 --, mostra ainda que, neste período foram trocado um montante equivalente a 159,3 milhões de euros.

Este é o balanço final e definitivo porque no passado dia 28 de fevereiro acabou a última oportunidade de trocar escudos em Portugal. Daqui em diante, não haverá mais campanhas para trocar notas de escudos.

Estado ganha com notas em casa

No final de 2022, explicou o administrador, Hélder Rosalino, o que ficou na posse do público no âmbito desta última campanha de trocas (quase 94 milhões de euros) será, como referido, registado como proveito extraordinário do Banco de Portugal neste ano e ajudará a reforçar o resultado líquido anual e indiretamente, as contas públicas do governo. Por norma, 80% do resultado líquido anual do BdP vai para o Estado.

É um valor "relevante", disse Pedro Marques, diretor do departamento de emissão e tesouraria do banco central governado por Mário Centeno. Rosalino, antigo secretário de Estado do Ministério das Finanças, no governo de Pedro Passos Coelho, concordou.

O administrador do banco central explicou que o valor relativamente elevado em escudos não entregues ao BdP pode ter várias explicações.

As pessoas ficaram com notas por "interesse numismático", por motivos de coleção, por terem ficado esquecidas algures e haver "notas perdidas" ou por essas notas "não estarem em condições", estarem danificadas, elenco Rosalino. Era também a última oportunidade para ficar com estas séries (chapas) de escudos, as que estiveram em circulação em simultâneo quando chegou o euro, em 2002.

(atualizado 17h15)

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