O salário médio bruto por hora trabalhada em Portugal no ano passado rondou os 13,7 euros, valor que recuperou 2,5% face a 2015 e 3,8% desde que Portugal saiu do programa de ajustamento em 2014, indica o Eurostat, o gabinete das estatísticas oficiais da União Europeia.
Apesar da ligeira recuperação, ligada à descida do desemprego e à retoma da economia, o custo médio por hora trabalhada em Portugal ainda está bastante abaixo das médias europeias. Representa 46% da média da zona euro, quando antes do resgate em 2008 essa proporção valia mais de 48%, mostra o estudo do Eurostat.
No grupo das 28 economias analisadas, Portugal aparece com o 12º pior salário hora em 2016, abaixo da Grécia (14,2 euros à hora), de Espanha (21,3 euros), de Irlanda (30,4 euros) ou da Finlândia (33,2 euros hora).
Os salários considerados pelo Eurostat são as remunerações brutas pagas ao sector privado não agrícola (excluem, portanto, a administração pública e a agricultura), onde se incluem os descontos das entidades patronais para sistemas de segurança social e outros impostos a seu cargo que incidam sobre o trabalho, e se expurgam eventuais subsídios ao trabalhos e apoios de formação profissional, explica a entidade da Comissão Europeia.
De acordo com o Eurostat, na União Europeia, o país onde se paga melhor é a Dinamarca (42 euros à hora). Na zona euro o campeão é a Bélgica (39,2 euros à hora), país que acolhe o grosso dos empregados e das cúpulas das instituições políticas europeias.
Na cauda da Europa, em 2016, aparece a Bulgária (4,4 euros por hora, em média) e na zona euro o país mais barato parece ser a Lituânia (7,3 euros).
Em Portugal ganha-se menos do que na maioria dos países da Europa, mas o salário horário tem vindo a recuperar com maior dinamismo do que nos seus pares. Segundo o Eurostat, em 2016, o crescimento nominal foi de 2,5%, o 12º mais forte da União Europeia e o sétimo maior da zona euro, igualando a recuperação da Alemanha. Mas na Alemanha, o salário hora é 33 euros, mais do dobro do português.