As posições dos especialistas foram deixadas no 'webinar' sobre o tema "A Evolução Demográfica Portuguesa e o Futuro das Pensões de Reforma", organizado pela Deco Proteste, no âmbito do Dia Mundial da Poupança, que se celebra no sábado, dia 31 de outubro..Segundo o ex-ministro da Segurança Social Pedro Mota Soares, as pessoas "têm de começar a poupar muito mais cedo", tendo em conta que as pensões futuras "serão muito mais baixas do que as atuais"..Mota Soares disse que, num futuro próximo, a taxa de substituição da pensão (valor face ao último salário) será de cerca de 50% ou 60%..Para Mota Soares, seria "muito útil" a criação de contas individuais virtuais com informação clara sobre as contribuições feitas e o valor da pensão futura, que permitisse fazer escolhas perante as várias alternativas à Segurança Social..O presidente da Comissão Consultiva de Fundos de Pensões, Valdemar Duarte, disse que um dos problemas para incentivar a poupança para a reforma é "a mensagem que é transmitida de que a Segurança Social pode viver sozinha", ou seja, de que o Estado é "omnipotente e omnipresente".."Esta mensagem conduz a que os portugueses não poupem, apesar de Portugal ser um dos países mais sensibilizados da União Europeia para a poupança", disse Valdemar Duarte..Já o diretor do Centro de Competências Jurídico e Financeiro da Deco Proteste, Joaquim Rodrigues da Silva, indicou que em Portugal são "poucas as empresas que criam fundos de pensões", apenas as grandes empresas o fazem, ao contrário do que se passa em muitos países europeus.."É preciso mudar as mentalidades dos portugueses", defendeu o responsável da Deco Proteste, acrescentando que a poupança para a reforma deve começar a ser feita "tão cedo quanto possível"..A título de exemplo, Joaquim Rodrigues da Silva explicou que se uma pessoa aos 30 anos de idade aplicar 100 euros todos os meses num plano de poupança reforma, chegará à reforma com 250 mil euros..O Rodrigues da Silva disse, no entanto, que o investimento deve ser repartido entre um instrumento de poupança com capital garantido e capital de risco..Por sua vez, Francesco Franco, professor de economia na Nova School of Business and Economics, alertou para o facto de os juros a longo prazo estarem perto de zeros ou negativos, o que torna pouca atrativa a poupança em complementos alternativos à Segurança Social.."O problema demográfico e os juros próximos de zero tornam difícil incentivar a poupança", além dos salários baixos, disse Francesco Franco.