A Provedora de Justiça recebeu no último ano 618 queixas por atrasos no processamento de novas pensões, registando ainda muitas situações de atrasos superiores a um ano, avança esta sexta-feira o jornal Eco.
Ainda assim, o número de queixas sobre atrasos do Centro Nacional de Pensões é inferior a metade das recebidas em 2019, ano em que chegaram à Provedora 1721 queixas. Em 2018, tinham sido recebidas 923, nos dados apresentados em junho por Maria Lúcia Amaral no parlamento.
"Não obstante, o problema subsiste, verificando-se ainda muitos atrasos superiores a um ano", diz fonte da Provedora de Justiça ao jornal.
Os dados da Provedora de Justiça, que tem trabalhado conjuntamente com a Segurança Social para que haja melhorias no processamento, são os únicos que refletem a realidade das demoras no processamento de pensões, uma vez que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social deixou de divulgar o número de pendências - atrasos superiores a 90 dias no processamento de novas pensões.
Em janeiro de 2019, eram 60 mil, nos últimos números conhecidos, avançados então pelo ex-ministro Vieira da Silva. Nessa altura, a Segurança Social tinha um trabalhador por cada 400 pedidos de pensões. Mas desde então têm vindo a ser feitos recrutamentos e mobilizados trabalhadores de outras áreas.
Foram também automatizado o processo de requisição da pensão, com a atribuição de pensões provisórias. No âmbito do programa Simplex, o governo prometeu pensões automáticas em 60 dias até ao final de 2020.