Neste artigo estamos a dar o exemplo de 500 euros, mas, na verdade, poderá adaptá-lo para a quantia que pretender. O importante é que possa terminar esta leitura totalmente esclarecido sobre as modalidades de pagamento que tem ao seu dispor e como pode fazer a melhor gestão dos créditos contraídos em cartão e ter assim as suas finanças sob controlo. .A verdade é que utilizar o cartão para compras e pagamento é simples, acessível e rápido. O que pode mesmo demorar é o pagamento da dívida. Ainda que este cartão tenha um determinado plafond, a realidade é que quanto mais tempo demorar a liquidar a dívida, mais juros vai ter a pagar e, no fim, de contas, pode correr o risco de ficar numa situação de incumprimento. Por isso, é importante que o utilize de forma consciente e segura. .Para saber quanto vai pagar, deve escolher uma das duas seguintes modalidades: . 1. Pagamento total (100%) .Todos os cartões de crédito disponíveis em Portugal permitem a modalidade de pagamento a 100%. Ou seja, imagine que utilizou os tais 500 euros do seu cartão de crédito, se optar pelo pagamento total do montante, dentro da data limite, ficará isento de juros..Por norma, o período de isenção de juros pode variar entre 20 e 50 dias. Em suma, se saldar a sua dívida durante este período, não paga nem mais 1 cêntimo para lá dos 500 euros que gastou..Para saber o prazo em que deve efetuar o pagamento a 100%, deve procurar saber junto do banco ou verificar o seu contrato..Embora, sempre que possível, seja esta a modalidade de pagamento que deve optar, é importante não colocar o seu orçamento mensal em causa. Ou seja, imagine que para fazer o pagamento total fica sem dinheiro para fazer face a outras despesas, então esta não será a solução indicada para este momento.. 2. Pagamento parcelado .No lugar do pagamento total da dívida do cartão de crédito, também pode optar pelo pagamento em prestações. Ou seja, em vez dos tais 100%, pode pagar apenas 3%, 5% ou 15%, por exemplo. Ou por uma percentagem superior, como 25%, 50% ou 75% do valor da dívida. No entanto, seja qual for a percentagem que optar, nesta modalidade vai ter de contabilizar o pagamento de juros. .O Banco de Portugal publica trimestralmente as taxas máximas em vigor para cada tipo de crédito aos consumidores. Como as taxas de juro são regularmente atualizadas, estas podem sofrer aumentos. Por isso, e para evitar surpresas, deve verificar se no seu contrato de crédito está mencionada a informação de que o seu banco pode aumentar as taxas de juro a qualquer momento. No caso dos cartões de crédito, para o primeiro trimestre de 2021, as taxas máximas aplicadas estão fixadas nos 15,6%. Esta é a taxa anual..Por isso, se fez uma compra de 500 euros, esta taxa de juro implica que pague ao banco 6,5 euros por mês. No entanto, à medida que vai amortizando o crédito, também o valor dos juros vai diminuindo, uma vez que é calculado com base no montante em dívida. Imagine que dos 500 euros, já só tem 250 euros para pagar. Neste caso, iria pagar juros no valor de 3,25 euros..É importante saber que, consoante o que for acordado juntamente com o seu banco, vai ter sempre um valor mínimo a pagar por mês. A partir daí, quanto menor for a percentagem que escolher, mais juros irá pagar, elevando o número de meses e o valor em dívida. Por isso, se não consegue mesmo saldar os 100% da sua dívida no prazo estipulado, opte sempre pela percentagem mais elevada que conseguir pagar. Também poderá alterar todos os meses o valor que pretende pagar, desde que seja sempre superior ao mínimo estipulado..Se se atrasar no pagamento da mensalidade, poderá ter de pagar juros de mora e a Comissão de Recuperação de Valores em Dívida..Também é possível estar sempre no limite máximo do seu plafond de cartão de crédito, mesmo que vá amortizando mensalmente o valor da dívida. Por exemplo, imagine que tem um cartão de crédito com 500 euros de plafond e que, no dia 20 de cada mês, paga 100 euros. Este valor será usado para pagar os juros (neste caso de 6,5 euros) e uma parte da dívida (93,5 euros). .No entanto, após pagar a mensalidade volta a usar o valor que está disponível (93,5 euros), voltando a perfazer a dívida de 500 euros. Se usar assim o cartão de crédito, arrisca-se a pagar quase 80 euros num ano pelo uso de 500 euros do cartão de crédito. .É importante que, no momento de escolher um cartão de crédito, tenha sempre em atenção a TAEG, a TAN, a anuidade, o plafond que vai ter disponível, as comissões, os benefícios e os seguros associados ao cartão de crédito. Caso verifique que o seu cartão de crédito não tem as melhores condições para o seu caso, pode procurar junto de outro banco uma opção mais vantajosa para si e para a sua carteira. Até porque o cartão de crédito pode ser uma boa ferramenta de gestão financeira, desde que usado de forma disciplinada e informada. .Para além disso, antes de fazer pagamentos a crédito saiba primeiro qual é a sua taxa de esforço, para perceber se tem condições para pagar mensalmente a sua prestação e evitar que as suas finanças se descontrolem..(Este artigo assinado pelo Doutor Finanças resulta de uma parceria com o Dinheiro Vivo, onde serão publicados conteúdos de finanças pessoais e literacia financeira quinzenalmente e um simulador por mês)