
Ao contrário do que sucedeu no ano anterior, a contrafação de notas em Portugal cresceu em 2023, com as autoridades a retirarem de circulação um total de 16 723 papéis-moeda da área do euro, mais 56% do que no período homólogo (10 732), permitem concluir os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
Este número, segundo o supervisor, representa 3,68% da contrafação verificada em todo o Eurosistema que, no seu universo, apreendeu 467 mil notas falsas. Trata-se de um dos níveis mais baixos de sempre em termos de proporção, já que, por cada milhão de notas genuínas em circulação, foram detetadas apenas 16 notas de euro contrafeitas, informa o Banco Central Europeu (BCE).
Não obstante, durante o ano passado, a parcela de falsificações retiradas de circulação em território nacional subiu de forma expressiva, interrompendo a trajetória descendente verificada em 2022. E o seu valor - note-se, fictício - igualmente, com as 16 723 notas a representarem 1 460 670 euros, o triplo (211%) dos 468 445 euros retratados pelas mais de dez mil notas falsas reportadas em 2022.
Para este acréscimo, explica o BdP, “contribuíram duas apreensões em casos de fraude com notas de 100 e 200 euros”, o que justifica que as notas de 100 tenham sido as mais apreendidas em Portugal, com uma fatia de 32% na soma reportada, “alterando a tendência verificada em períodos anteriores”.
As denominações em causa foram, desta forma, as que conheceram um maior crescimento homólogo: enquanto as notas contrafeitas de 100 euros aumentaram 465%, para 5353, as de 200 euros subiram 1682%, para 3334. Em valor, estas falsificações simbolizam 1 202 100 euros, ou seja, 82% do total apreendido.
Ainda no saco dos aumentos, seguem-se as denominações de cinco euros, com uma subida de 8,9%, para 256 notas (o equivalente a 1280 euros); as de 50 euros, a escalar 8,3% desde o ano anterior, para 2406 papéis-moeda (120 300 euros); e as de 20 euros, a crescer a um ritmo de 1,7%, que resultou em 3425 notas falsas, o correspondente a 68 500 euros.
Em sentido inverso, as denominações de 500 euros registaram um decréscimo de quase 59% na contrafação, passando de 243 notas apreendidas em 2022, para 100 no ano passado, o que equivale a 50 mil euros. As notas falsas de dez euros, por sua vez, diminuíram cerca de 48% para 1849, o que simboliza nestas contas 18 490 euros.